Irão permite reabertura de alguns negócios após semanas de confinamento

O Irão, país do Médio Oriente com mais casos de covid-19, vai permitir, a partir de hoje, que alguns negócios retomem a atividade na capital, Teerão, e em cidades vizinhas, depois de várias semanas em confinamento.

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© REUTERS/Alaa al-Marjani

Lusa
18/04/2020 12:41 ‧ 18/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

O Governo do Irão, onde se registam mais de 80.000 casos positivos e 5.000 mortes pela covid-19, causada pelo surto do novo coronavírus (SARS-CoV-2), reabriu os serviços públicos com um terço dos trabalhadores em regime de teletrabalho e permitiu que os negócios que operam fora da capital reabrissem há uma semana, depois de várias semanas em confinamento.

Mantendo as restrições sobre ajuntamentos públicos, o Governo decretou que se mantivessem fechados ginásios, restaurantes e centros comerciais, assim como o Grande Bazar de Teerão, um mercado histórico da capital iraniana, além de mesquitas e santuários.

Os líderes iranianos justificam a decisão apontando para as consequências económicas da quarentena, agravadas pelas sanções impostas ao país pelos Estados Unidos da América.

Na sexta-feira, as Nações Unidas instaram o Irão a libertar os presos políticos, devido ao risco de infeção nos estabelecimentos prisionais.

O país libertou 100.000 prisioneiros, mas continua a deter cidadãos com dupla nacionalidade.

Vários grupos de defesa dos direitos humanos apontam que esses indivíduos estão a ser detidos para serem utilizados como moeda de troca em negociações com o ocidente.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 150 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 483 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.

O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

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