UE quer ponte aérea para levar ajuda a regiões desfavorecidas

A União Europeia (UE) quer avançar com uma ponte aérea humanitária para garantir o transporte de equipamentos de proteção e assistência aos "países mais vulneráveis" em altura de pandemia de covid-19, anunciou hoje o chefe da diplomacia europeia.

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Lusa
22/04/2020 19:20 ‧ 22/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Discutimos a possibilidade de criar uma ponte aérea humanitária para transportar equipamentos de proteção e recursos para [combater] a covid-19, bem como para apoiar as ações das equipas humanitárias", divulgou o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, após uma reunião por videoconferência com os ministros dos Negócios Estrangeiros da União.

Numa conferência de imprensa também realizada por vídeo, a partir de Bruxelas, o chefe da diplomacia europeia notou que "a França propôs ser o primeiro país a participar" neste projeto, mas referiu que será "a Comissão [Europeia], através dos meios e instrumentos de que dispõe no âmbito das suas ações humanitárias, a disponibilizar estas novas forma de ajudar as pessoas a lutar contra a covid-19".

Segundo Josep Borrell, "esta ponte aérea humanitária será uma expressão visível da solidariedade europeia", sendo dirigida aos "países mais vulneráveis" fora da UE, devendo incluir por exemplo o continente africano, cuja parceria é vista como uma prioridade para o executivo comunitário.

Há duas semanas, a UE anunciou que iria mobilizar 15,6 mil milhões de euros para ajudar os países em desenvolvimento a ultrapassarem a crise gerada pela covid-19, dos quais 3,25 mil milhões seriam alocados a África.

E é no âmbito da ajuda prestada a estes países mais desfavorecidos que surge a ponte aérea humanitária.

"Em conjunto com o comissário responsável pela Gestão de Crises [Janez Lenarcic], vou explorar como avançar com este projeto", apontou o chefe da diplomacia europeia.

Josep Borrell precisou que, segundo a informação que lhe foi transmitida pelo diretor executivo do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, David Beasley, têm-se vindo a verificar "dificuldades logísticas relacionadas com as quebras de 'stocks' e com o encerramento de fronteiras", devido à pandemia de covid-19, o que acaba por "tornar difícil levar ajuda humanitária a alguns países e territórios".

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 179 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Em África, o número de mortes provocadas pela covid-19 subiu para 1.191 nas últimas horas, com mais de 24 mil casos registados da doença em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

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