De acordo com um comunicado hoje divulgado, a Air France trabalhou em colaboração com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Secretaria de Estado dos Transporte franceses, para identificar e triar as necessidades nos vários países, em conjunto com as embaixadas e as representações da Air France em todo o mundo.
Assim, desde 14 de março, a Air France e a Transavia (que pertence ao grupo) operaram mais de 1.800 voos a partir de 132 aeroportos em 82 países, permitindo o repatriamento de mais de 270.000 passageiros, incluindo 150.000 franceses.
Com a maioria dos voos a partirem vazios de Paris, o grupo fixou tarifas especiais limitadas para os viajantes em voos de repatriamento.
A atividade da Air France está agora reduzida a um programa mínimo de voos, que inclui a manutenção de três voos semanais entre Paris-Charles de Gaulle e Lisboa, ou seja, 5% da oferta habitualmente oferecida.
Esta medida destina-se, diz, a "preservar a continuidade territorial entre as grandes cidades francesas e os territórios ultramarinos" e a "manter uma ligação com as grandes metrópoles europeias e mundiais, permitindo o transporte de passageiros e carga".
"De acordo com as decisões tomadas pelas autoridades de países do mundo inteiro, somos agora obrigados a tomar a decisão sem precedentes de suspender quase todos os nossos voos. No entanto, para aqueles que não têm escolha a não ser viajar, decidimos manter um certo número de voos entre Paris-Charles de Gaulle e alguns destinos em França e no exterior", refere a presidente executiva (CEO) da Air France, Anne Rigail, numa mensagem enviada aos clientes.
Este programa mínimo de voos pode, no entanto, ser alterado a qualquer momento, dependendo das medidas regulatórias adotadas por cada país, acrescenta a responsável.
A Air France está também a participar na ponte aérea entre a China e França para o transporte de máscaras e material médico, com sete voos semanais assegurados em Boeing 777 Carga e Boeing 777, habitualmente utilizados para o transporte de passageiros, sendo esse material transportado no porão e na cabine.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.