A Serum Institute, uma das maiores empresas farmacêuticas no mundo, sediada na cidade indiana de Pune, irá fabricar até 40 milhões de unidades de uma vacina contra a Covid-19... que ainda não sabe, sequer, se funciona devidamente.
O medicamento, denominado hAdOx1 nCoV-19, começou a ser testado em humanos pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, na passada quinta-feira, devendo esta fase decorrer até ao próximo mês de setembro. No entanto, Adar Poonawalla não pretende esperar tanto.
Em entrevista concedida ao jornal The Times of India, o diretor executivo do Serum Institute anunciou que tenciona "começar os testes na Índia em maio, com algumas centenas de pacientes", pelo que a vacina deverá chegar ao mercado "em setembro ou outubro".
"Não vamos esperar que terminem os testes no Reino Unido, em setembro, e depois começar a produção aqui. A decisão, ao nosso próprio risco e custo, passa por começar a produção antecipadamente, para ter doses suficientes disponíveis, caso os ensaios clínicos tenham sucesso", afirmou.
"Pretendemos produzir quatro a cinco milhões de doses por mês durante os primeiros seis meses, após os quais poderemos aumentar para dez milhões de doses por mês, dependendo do resultado dos ensaios clínicos. Esperamos produzir entre 20 a 40 milhões de doses até setembro ou outubro", prosseguiu.
O Serum Institute estima gastar cerca de 150 milhões de euros neste projeto, e Adar Poonawalla pretende "tornar a vacina disponível por um preço acessível de cerca de 1.000 rúpias [12,1 euros] na Índia", devendo este valor ser superior no resto do mundo.