"O vírus está a circular ativamente no país", alertou hoje a delegação da OMS na região, em comunicado.
A agência das Nações Unidas para a Saúde assegurou "estar a mobilizar recursos adicionais" para fazer frente à pandemia no Iémen, devastado por mais de cinco anos de guerra e com um sistema sanitário "frágil, a enfrentar uma escassez catastrófica".
A OMS prevê que o vírus possa infetar, "potencialmente", 16 milhões de pessoas no país, o que significa mais de metade da sua população de 30 milhões.
A organização adiantou que está a colaborar com as autoridades e outras organizações locais para responder à crise sanitária, existindo atualmente 333 equipas de resposta rápida no Iémen, que se encarregam de detetar, investigar e encaminhar os casos suspeitos para instalações de prestação de cuidados de saúde.
O Governo do Iémen reconheceu a existência do primeiro caso de covid-19 no passado dia 10 de abril: um trabalhador portuário de Al Sheher, que esta semana teve alta hospitalar.
Os outros cinco casos e as duas mortes foram registadas na passada quarta-feira, na cidade de Aden, sede do Governo reconhecido internacionalmente.
Segundo a OMS, apenas quatro laboratórios do Iémen estão preparados para fazer exames ao coronavírus e, até ao momento, apenas foram distribuídos 7.000 testes no país.
Depois de cinco anos de guerra, escasseiam bens como sabão, desinfetantes, máscaras e água corrente em muitas zonas do país.
Perto de 80% da população do Iémen carece de ajuda humanitária, segundo a ONU, que considera a sua situação a "pior catástrofe" do planeta.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 241 mil mortos e infetou cerca de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.