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Madagáscar oferece ao Níger medicamento tradicional contra o coronavírus

As autoridades nigerinas receberam hoje um lote do medicamento tradicional contra o novo coronavírus oferecido pelo Governo de Madagáscar, informou o Ministério da Saúde do Níger.

Madagáscar oferece ao Níger medicamento tradicional contra o coronavírus
Notícias ao Minuto

20:05 - 05/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"<span class="nanospell-typo">Ismagail Annar, chefe de pessoal do Ministério da Saúde, recebeu o lote de produtos oferecidos por Madagáscar", disse Souley Zabérou, do ministério nigerino, citado pela agência noticiosa France-Presse.

Os produtos estão embalados em saquetas prontas para serem "administradas, sob a forma de infusão" e são para "tratar 900 pessoas: 300 pacientes já contaminados e mais 600, como medida preventiva", afirmou.

"Covid-Organics" é uma bebida feita a partir de artemísia, uma planta com eficácia comprovada no tratamento da malária, assim como outras ervas que crescem em Madagáscar.

O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, elogiou as virtudes curativas e preventivas deste produto contra o novo coronavírus.

Contudo, a eficácia da Covid-Organics contra o novo coronavírus não foi objeto de qualquer estudo científico publicado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) salienta que ainda não foi testada a eficácia e segurança deste tratamento contra o novo coronavírus.

O Níger é o terceiro país africano a receber o medicamento tradicional, depois da Guiné-Bissau e da Guiné Equatorial, na semana passada.

O Níger divulgou na segunda-feira os últimos dados da pandemia de covid-19 no país, segundo os quais já morreram 37 pessoas por causa da doença, entre as quais o ministro do Emprego e do Trabalho, Mohamed Ben Omar, que faleceu no domingo, e há registo de 755 casos de infeção pelo novo coronavírus.

O Níger declarou o estado de emergência, fechou as fronteiras, os locais de culto e as escolas e isolou a capital do resto do país.

No final de abril, à medida que o Ramadão se aproximava, houve vários protestos contra o recolher obrigatório e a proibição das orações coletivas, que abalaram vários bairros de Niamey.

Foram presas mais de 200 pessoas, das quais 10 numa prisão de alta segurança perto da capital. Desde então, o Governo decidiu "relaxar" as horas do recolher obrigatório.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu hoje para 1.843, com mais de 47 mil casos da doença registados.

Ainda de acordo com os dados da África CDC, a pandemia afeta 53 dos 55 países e territórios de África, com cinco deles -- África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Nigéria - a concentrarem cerca de metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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