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Forças governamentais indianas mataram líder rebelde em Caxemira

As forças governamentais indianas mataram hoje um importante líder rebelde, em Caxemira, e desligaram as redes de telemóveis para travar protestos populares, disseram as autoridades e residentes.

Forças governamentais indianas mataram líder rebelde em Caxemira
Notícias ao Minuto

16:12 - 06/05/20 por Lusa

Mundo Caxemira

As autoridades militares da Índia assassinaram Riyaz Naikoo, de 35 anos, o chefe de operações do maior grupo rebelde indígena na região de Caxemira, o Hizbul Mujahideen, que lidera uma rebelião armada contra o domínio indiano.

A polícia e os soldados do exército lançaram terça-feira uma operação na área de Awantipora, no sul da Caxemira, com base em informações de que alguns ativistas rebeldes estavam abrigados nessa localidade.

As forças governamentais atingiram pelo menos duas casas com explosivos e procederam a buscas porta a porta, tendo sido alvo de resposta armada por parte dos rebeldes.

Num dos tiroteios foram mortos Riyaz Naikoo e um seu ajudante, que operavam na região de Caxemira.

As autoridades dizem que Naikoo era o ativista rebelde mais procurado em Caxemira e que já o tinham tentado capturar em várias ocasiões, sem sucesso.

Logo após estes ataques, as forças governamentais bloquearam as redes de telemóveis e de Internet, uma tática inédita até agora, mesmo em situações de graves conflitos, como o que agora sucedeu.

O bloqueio foi justificado como método para tentar travar as manifestações que começaram a ser preparadas pela população de Caxemira, logo que se soube do assassínio de Riyaz Naikoo, uma figura muito popular na região.

A Índia tem intensificado as suas operações contra os movimentos rebeldes em Caxemira, nos últimos meses, e com mais frequência ainda durante o período de confinamento por causa da pandemia de covid-19.

Várias dezenas de ativistas e cerca de uma dezena de soldados indianos foram mortos em abril, o mais elevado número desde agosto de 2019, quando o Governo indiano revogou o estatuto semi-autónomo da região e impôs um modelo de controlo federal.

Nos últimos meses, também houve conflitos quase diários ao longo da fronteira montanhosa e acidentada na região de Caxemira, que separa a Índia e o Paquistão.

Índia e Paquistão reivindicam este território e a maioria da população apoia as iniciativas dos ativistas rebeldes de unir o território, seja sob o domínio paquistanês ou como país independente.

A Índia acusa o Paquistão de armar e treinar os rebeldes que lutam contra as forças governamentais, mas o Paquistão nega essa versão, dizendo que apenas oferece apoio moral e diplomático aos ativistas que se opõem ao domínio indiano desde 1989, em conflitos que já provocaram mais de 70.000 mortes.

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