Liberdade de expressão. Amnistia critica palestinianos por detenções
A Amnistia Internacional criticou hoje as autoridades palestinianas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza por deterem críticos e opositores por expressarem as suas opiniões.
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A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres indicou que cinco pessoas foram detidas em março e abril, incluindo um ativista pela paz por ter realizado uma videochamada com israelitas, um escritor que criticou as autoridades de Gaza por um incêndio num mercado, que causou 20 mortos e um cartoonista que criticou a detenção do escritor.
Todas estas detenções ocorreram na Faixa de Gaza e apenas o ativista continua detido.
"As autoridades quer na Cisjordânia quer na Faixa de Gaza violaram o direito de liberdade de expressão por deterem arbitrariamente indivíduos apenas por partilharem pacificamente as suas opiniões nos 'media' sociais. Isto deve parar imediatamente", disse Saleh Higazi, diretor-adjunto para o Médio Oriente da Amnistia Internacional (AI).
A organização criticou assim a Autoridade Palestiniana, que governa na Cisjordânia, e o movimento radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza, apelando para que sejam libertados os detidos por expressarem a sua opinião.
As detenções ocorreram durante os estados de emergência impostos nos dois territórios devido à pandemia do novo coronavírus e a Amnistia assinalou que a prisão de pessoas durante uma pandemia coloca-as em "risco acrescido".
Na Cisjordânia, um dos detidos foi um antigo membro da Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestiniana, que criticou Mahmud Abbas. Outro também criticou a resposta de Abbas à crise da covid-19. Os dois foram depois libertados.
Ahmed Majdalani, ministro dos Assuntos Sociais da Autoridade Palestiniana, negou quaisquer violações da liberdade de expressão, indicando que alguns indivíduos tinham sido brevemente detidos por "calúnia e difamação".
"Existe uma grande diferença entre liberdade de expressão e calúnia e difamação. No Ocidente, as pessoas podem ser detidas e julgadas por calúnia e difamação. Nenhuma lei na terra aceita isto", disse.
Iyad al-Bozum, porta-voz do Ministério do Interior em Gaza, rejeitou as críticas da AI.
"Não existem detidos ligados à liberdade de expressão e os nomes mencionados cometeram violações puníveis por lei e nada têm a ver com opinião política", indicou.
Desde que em 2007 o movimento islâmico passou a controlar a Faixa de Gaza, Hamas e Autoridade Palestiniana têm repetidamente reprimido os apoiantes de cada um nos seus territórios, proibido as suas atividades e perseguido os críticos, embora a intensidade dessas campanhas não seja sempre a mesma.
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