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França ignora críticas da China sobre acordo de armamento com Taiwan

A França ignorou hoje as críticas da China a um antigo acordo para compra de armamento realizado pelos franceses com Taiwan e aconselhou aos chineses concentrarem-se mais na pandemia de covid-19 do que numa antiga controvérsia.

França ignora críticas da China sobre acordo de armamento com Taiwan
Notícias ao Minuto

10:20 - 13/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"Perante a crise da covid-19, toda a nossa atenção e todos os nossos esforços devem concentrar-se na luta contra a pandemia", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros da França após um aviso de Pequim a Paris.

Na terça-feira, a China pediu à França que "cancelasse" um acordo de armas com Taiwan, observando que uma transação com os taiwaneses poderia "prejudicar as relações sino-francesas".

"No âmbito da declaração franco-chinesa de 1994, a França implementa a política de uma única China e continua a apelar ao diálogo entre as duas margens do estreito", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

"A França respeita estritamente neste contexto os compromissos contratuais que estabeleceu com Taiwan e de forma alguma mudou de posição desde 1994", afirmou o Ministério francês.

O acordo entre a França e Taiwan refere-se a uma venda de equipamentos de fragatas francesas, compradas pela marinha de Taipé na década de 1990, num caso que resultou numa grave crise diplomática entre Paris e Pequim.

"A China expressou a sua profunda preocupação ao lado francês", disse na terça-feira o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, num comunicado enviado à agência France-Presse.

"Opomo-nos a qualquer venda de armas ou trocas militares ou de segurança com a região de Taiwan", advertiu.

"Instamos a França (...) a cancelar o seu plano de venda de armas a Taiwan, a fim de evitar danos sobre as relações sino-francesas", acrescentou.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan, que se auto designa uma República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.

Em 1991, a França assinou a venda de seis fragatas a Taiwan no valor total de 2,8 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros), causando o congelamento das relações diplomáticas com Pequim.

A Marinha de Taiwan indicou, em 07 de abril deste ano, num breve comunicado de imprensa, que pretende modernizar as fragatas Lafayette de fabrico francês.

Uma fonte familiarizada com o assunto citada pela AFP confirmou que foi assinado um contrato com o Ministério da Defesa de Taiwan para a modernização do sistema de lançador de chamariz, que equipa seis fragatas.

Um lançador de chamariz é um sistema usado para contornar um míssil inimigo.

Segundo a imprensa Taiwan, o custo da transação é superior a 800 milhões de dólares de Taiwan (24,6 milhões de euros) e a empresa francesa encarregue do negócio é a DCI-Desco, unidade do grupo Défense Conseil International (DCI).

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