"A Sérvia já havia anunciado na sexta-feira a abertura da fronteira e, em reciprocidade, a partir de hoje tornamos possível a travessia", disse o chefe da diplomacia húngara na cidade de Röszke, ao longo da fronteira com o país vizinho.
Assim, a partir da manhã de hoje, os cidadãos dos dois países poderão atravessar a fronteira livremente em todas as passagens (nove), sem terem de obedecer a um período de confinamento, medida obrigatória até domingo para evitar a importação de casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A Hungria havia encerrado as suas fronteiras em março, como parte da luta contra a pandemia de covid-19.
De acordo com Péter Szijjártó, a reabertura das fronteiras no sul do país também tem um caráter simbólico, uma vez que "se torna possível a livre circulação entre um país da comunidade e um país que não é membro da UE".
O ministro, do partido Fidesz (do primeiro-ministro Viktor Orbán), deixou claro que um retorno à normalidade na fronteira não significa que se "poderá entrar (na Hungria) de maneira ilegal", referindo-se à questão migratória.
Na semana passada, após uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), a Hungria anunciou o encerramento das chamadas "zonas de trânsito" na fronteira com a Sérvia, onde os requerentes de asilo deveriam permanecer até o final das formalidades em relação aos seus pedidos.
Esta prática foi declarada pelo TJUE como uma privação de liberdade.
Até hoje foram registados 3.756 casos confirmados do novo coronavírus na Hungria, incluindo 491 óbitos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 343 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.