"A partir de amanhã [quinta-feira], os controlos tornam-se pontuais e já não serão automáticos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexandre Schallenberg, em conferência de imprensa realizada em Viena.
Segundo adiantou, as restrições nas fronteiras com a Itália serão, no entanto, mantidas, explicando a decisão que o número de infeções por covid-19 ainda registadas naquele país.
A abertura das fronteiras da Áustria acontece mais cedo do que tinha sido planeado, já que o Governo tinha anunciado que iria restaurar a total liberdade de movimentos com os seus vizinhos do leste e do norte a partir de 15 de junho.
As restrições mantidas à circulação com Itália contrastam com o anúncio do Governo italiano, que decidiu abrir, a partir de hoje, as fronteiras com o resto da União Europeia.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Luigi Di Maio, disse que manteria as fronteiras fechadas aos países que impusessem restrições de entrada a cidadãos italianos, devido ao princípio da reciprocidade.
A posição tomada pelo Governo italiano nesse dia constituiu uma resposta ao anúncio grego, feito na sexta-feira anterior, de um primeiro grupo de 29 países cujos cidadãos poderiam voar sem restrições para os aeroportos de Atenas e Salónica a partir de 15 de junho, entre os quais não se encontrava a Itália (nem Portugal).
Mais tarde foi esclarecido que, com base nas informações da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), os cidadãos de áreas consideradas "de risco" podem visitar a Grécia, mas têm de ser submetidos a uma quarentena de sete ou 14 dias, dependendo se o teste der negativo ou positivo para a infeção do coronavírus.
Em Itália, as zonas que foram consideradas "de risco" são as regiões do norte da Emília-Romanha, Lombardia, Piemonte e Veneto.
No entanto, o ministro Luigi Di Maio manteve a posição, afirmando que iria aplicar o princípio da reciprocidade.
"Não queremos gerar polémica, mas se alguém planeia fechar-nos a porta, devido apenas aos seus próprios interesses, teremos de responder", sublinhou.
O ministro lembrou que a Itália "se distinguiu pela transparência" em relação aos dados da pandemia da covid-19 e que os atuais números "são muito reconfortantes".
Desde que foi detetada na China, em dezembro passado, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 377 mil mortos e infetou mais de 6,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.
Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.