"A hora da justiça racial" chegou. A mensagem de Biden à família de Floyd

O candidato democrata à Casa Branca Joe Biden afirmou hoje ter chegado aos Estados Unidos "a hora da justiça racial", num vídeo difundido nas cerimónias fúnebres, do afro-americano George Floyd, que decorrem em Houston (Texas).

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© REUTERS/POOL New

Lusa
09/06/2020 23:24 ‧ 09/06/2020 por Lusa

Mundo

George Floyd

"Não nos podemos desviar do racismo que fere a nossa alma", acrescentou o antigo vice-Presidente de Barack Obama, ao render homenagem a Floyd, que morreu a 25 de maio sob custódia policial em Minneapolis (Minnesota).

"Porque é que neste país de muitos numerosos americanos negros eles se levantam de manhã sabendo que poderão morrer apenas porque estão a viver a sua própria vida?", questionou Joe Biden no vídeo.

Biden defrontará o candidato republicano e atual Presidente norte-americano, Donald Trump, nas eleições de 3 de novembro.

Por seu lado, em Houston, ao proferir o elogio fúnebre no funeral de Floyd, o reverendo Al Sharpton acusou Donald Trump de nem sequer ter tido uma palavra sobre o "calvário" de George Floyd, o afro-americano morto a 25 de maio sob custódia policial.

"O Presidente falou em enviar reforços militares" para devolver a calma em várias cidades afetadas por atos de violência após o drama de Floyd, afirmou o pastor norte-americano, figura de proa na luta pelos direitos cívicos nos Estados Unidos.

"Mas não teve nem uma palavra sobre os oito minutos e 46 segundos do homicídio policial", acrescentou, aludindo ao tempo que o agente da polícia Derek Chauvin apoiou o joelho no pescoço de Floyd durante a detenção em Minneapolis, que levaria à morte.

Para Sharpton, a mensagem transmitida por Trump é simples: "Se estão nas forças da ordem, a lei não se vos aplica", prosseguiu o reverendo norte-americano.

A 29 de maio, Trump indicou ter falado com a família de Floyd, morto às mãos da polícia quatro dias antes.

"Compreendo a dor. A família de George tem direito à justiça. Os habitantes do Minnesota têm direito à sua segurança", disse então Trump, numa alusão aos confrontos, violência e atos de pilhagem que se seguiram à morte de Floyd e do início do movimento contra o racismo e contra a brutalidade policial.

O Presidente republicano tem evitado falar no assunto depois do discurso de firmeza, tendo prometido fazer respeitar a lei e a ordem.

George Floyd, de 46 anos, morreu em 25 de maio depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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