Magufuli, que desde que tomou posse, no final de 2015, combateu a corrupção à custa de um estilo autoritário que lhe valeu fortes críticas, apelou aos atores políticos para "evitarem insultos e violência" durante a campanha.
O Parlamento teve de ser dissolvido, em conformidade com a Constituição, para permitir a realização de eleições presidenciais e legislativas. A dia da votação ainda não foi, porém, fixado.
"Quero assegurar a todos que as eleições serão livres e justas para todos os partidos políticos", disse Magufuli aos deputados, que, salvo uma reviravolta dramática, deverá concorrer para um segundo mandato de cinco anos.
A dissolução ocorre uma semana após o ataque ao líder do principal partido da oposição, o Chadema, Freeman Mbowe, que anunciou que iria tentar a sua nomeação como candidato presidencial.
A representação da União Europeia na Tanzânia descreveu o ataque a Mbowe como um "ataque à democracia".
Desde que o Presidente Magufuli chegou ao poder, o número de desaparecimentos e ataques a críticos do Governo e do Chefe de Estado aumentou.
O ex-deputado Tundu Lissu, que também irá concorrer nas primárias pelo Chadema, foi vítima de uma tentativa de assassinato em setembro de 2017.
O Chadema e outros partidos da oposição, incluindo a Aliança para a Mudança e a Transparência (ACT-Wazalendo), apelaram a que as eleições fossem supervisionadas por um órgão independente para garantir a transparência.
"A atual composição da Comissão Eleitoral não garante a liberdade de voto, porque é a favor do partido no poder. O seu presidente e outros funcionários são nomeados pelo chefe de Estado, que é o líder do partido no poder", afirmou o presidente do ACT, Seif Sharif Hamad.
O partido no poder, o Chama Cha Mapinduzi (CCM), ganhou 99 por cento dos lugares no parlamento nas eleições locais de novembro, boicotadas pela oposição em protesto contra a alegada violência e intimidação.
O Presidente da Tanzânia anunciou também hoje a reabertura das escolas em 29 de junho, depois de ter considerado que a ameaça representada pela pandemia de Covid-19 tinha diminuído no país.
O Presidente Magufuli tem negado constantemente a gravidade da pandemia do coronavírus e já passou um mês e meio desde que o seu país apresentou os últimos números sobre Covid-19, na altura com 509 pessoas infetadas, incluindo 16 mortos.