Renamo acusa polícia no centro de Moçambique de perseguir os seus membros
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, acusou hoje as Forças de Defesa e Segurança de perseguirem os seus membros em Sofala, violando o acordo de paz assinado em agosto do ano passado.
© Lusa
Mundo Renamo
"Todos aqueles que se identificam com a Renamo, a população, assim como os antigos guerrilheiros, sofrem perseguições", declarou André Magibire, secretário-geral da Renamo, durante uma reunião com quadros do partido em Sofala, centro de Moçambique.
A Polícia da República de Moçambique em Sofala demarca-se das acusações, considerando-as infundadas.
"É claramente uma acusação que não constitui a verdade", disse à Lusa o porta-voz da polícia em Sofala, Daniel Macuacua, remetendo um pronunciamento mais detalhado para o comando provincial de Sofala.
Segundo o secretário-geral da Renamo, pelo menos três membros do partido foram encontrados mortos, no anterior final de semana, nas matas de Macorococho, em Nhamatanda, e a força partidária na oposição suspeita que os homicídios estejam ligados à filiação política das vítimas.
"O próprio delegado político local está fugitivo porque não há segurança na sua zona e o seu filho foi capturado pelas autoridades", afirmou André Magibire, acrescentando que a alegada perseguição pode comprometer os esforços para paz no âmbito do acordo assinado entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
"Se continuarem a perseguir os nossos membros, nós não sabemos como eles podem reagir", declarou.
No sábado, o Governo moçambicano, a Renamo e o grupo de contacto para a paz oficializaram o primeiro encerramento de uma base militar do principal partido da oposição, no âmbito da desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR).
O processo de DDR surge na sequência do acordo de paz assinado em agosto de 2019, consolidando o cessar-fogo no conflito entre o Governo e a Renamo que persistiu até 2016 nalguns distritos do centro do país.
Pelo menos 38 ex-guerrilheiros da Renamo em Sofala entregaram as armas, num processo de desmobilização que será feito por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia de covid-19.
Prevê-se que 5.000 ex-guerrilheiros sejam abrangidos com medidas que lhes permitam uma reintegração na sociedade.
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