Norte-americano Paul Whelan desiste de recorrer da sentença em Moscovo
O norte-americano Paul Whelan, condenado a 16 anos de prisão por espionagem na semana passada em Moscovo, desistiu de recorrer da sentença porque não confia no sistema judicial russo, anunciaram hoje os seus advogados.
© Reuters
Mundo Paul Whelan
"Acabámos de visitar Paul na prisão de Lefórtovo, onde ele tomou a decisão final de não recorrer da sentença e escreveu uma declaração. Depois de entrar em vigor o veredicto, o nosso cliente e eu decidiremos sobre um pedido de clemência", disse a advogada de Whelan, Olga Karlova, à agência TASS.
A sentença entra en vigor no dia 16 de julho, explicou à agência Interfax o seu outro advogado, Vladímir Zherebenkov.
Zherebenkov explicou que Whelan decidiu não recorrer porque "não acredita na justiça russa" e porque não acredita que o seu caso possa ganhar num tribunal de recurso.
"Ele espera ser trocado por russos condenados nos Estados Unidos num futuro próximo", disse Zherebenkov.
Segundo a Interfax, a possibilidade de Whelan ser trocado pelo traficante de armas Victor But, conhecido como "o mercador da morte", e o piloto Konstantín Yaroshenko, condenado por tráfico de drogas nos EUA, está a ser "ativamente debatida" entre Moscovo e Washington, embora na semana passada o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Riabkov, tenha descartado uma eventual troca de prisioneiros para libertar o norte-americano.
"A troca é uma questão à parte. Whelan não será envolvido nesses esquemas de trocas", disse Riabkov aos jornalistas.
Whelan foi detido em 28 de dezembro de 2018, por agentes dos serviços de segurança russos (FSB, ex-KGB), num hotel de Moscovo, por alegadas "atividades de espionagem", supostamente a favor dos Estados Unidos.
O ex-fuzileiro naval teria recebido um cartão de memória informático, de uma pessoa conhecida sua, com "a lista completa de funcionários dos serviços secretos russos", de acordo com a acusação.
Logo que conheceu o veredicto, Paul Whelan disse que iria recorrer da sentença, afirmando que se tratou de "um julgamento político, um julgamento vergonhoso".
"Eu preciso que o Presidente dos EUA, os primeiros-ministros do Canadá, Irlanda e Reino Unido ajam de forma decisiva", disse o ex-fuzileiro naval, que também tem nacionalidade irlandesa e canadiana.
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