Fotografias tiradas pelos socorristas mostram dezenas de crianças, algumas delas a chorar, 49 mulheres e 15 homens que foram resgatados após vários dias sem comida.
"O barco que transportava refugiados rohingya estava danificado e a flutuar no mar alto quando os pescadores o encontraram e nos pediram ajuda", disse Muhammad Nasir, chefe da autoridade marítima de Aceh, província do norte da ilha de Samatra.
Os pescadores tinham avistado o barco a cerca de oito quilómetros da costa, no estreito de Malaca, entre a Indonésia e a Malásia.
Os refugiados deverão ser agora testados ao novo coronavírus num abrigo temporário antes de serem autorizados a desembarcar.
Nos últimos meses, o número de refugiados rohingya, minoria muçulmana perseguida em Mianmar, a vaguear no mar aumentou, mas vários países que costumavam deixá-los atracar estão agora a impedir o seu desembarque devido à pandemia de covid-19.
"Exortamos as autoridades indonésias a salvar, desembarcar e proteger os refugiados, que provavelmente navegam há semanas", afirmou Usman Hamid, diretor executivo da Amnistia Internacional.
Zubil Mat Som, um oficial da Guarda Costeira da Malásia, disse que temia que dezenas de refugiados rohingya tivessem morrido durante a viagem de quatro meses até à Malásia, adiantando que um outro barco danificado com mais de 300 refugiados tinha já sido intercetado no início deste mês.
Destes, 269 sobreviventes foram levados para a ilha de Langkawi, enquanto outros "morreram e foram atirados ao mar", disse o funcionário, sem dar um número preciso.
Este grupo de refugiados estava a bordo de um navio-mãe que transportava mais de 800 pessoas antes de ser transferido para outro barco.
As autoridades "não conseguiram localizar" o barco original, que ainda deveria abrigar cerca de 500 pessoas, apontou.
As autoridades malaias intensificaram recentemente as patrulhas marítimas e anunciaram que iriam recusar os migrantes por receio de poderem transportar o novo coronavírus.
Os refugiados rohingya partem geralmente de Myanmar ou do Bangladesh, onde cerca de um milhão que fugiram das atrocidades cometidas pelo exército birmanês em 2017 estão amontoados em campos.
Milhares de refugiados tentam chegar a outros países do sudeste asiático em embarcações precárias e apinhadas de pessoas.