Monge etíope com mais de 100 anos sobrevive ao novo coronavírus

Um monge ortodoxo etíope, cuja família diz ter 114 anos, sobreviveu ao coronavírus depois de três semanas hospitalizado, tendo recebido oxigénio e dexametasona, esteroide testado com sucesso no Reino Unido que só deve ser usado em doentes graves.

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© Hana Atsbeha/Noticias R7

Lusa
27/06/2020 18:55 ‧ 27/06/2020 por Lusa

Mundo

Pandemia

Tilahun Woldemichael recebeu alta de um hospital na quinta-feira.

O ministro da Saúde da Etiópia disse que o ministério recomenda o uso do medicamento para doentes infetados pela covid-19 que precisem de ventilação ou oxigénio.

O neto de Tilahun, Biniam Leulseged, admitiu não ter certidão de nascimento para provar a idade do monge, mas mostrou uma foto do avô a comemorar o seu centésimo aniversário.

"Ele continuava a parecer jovem naquela altura", afirmou Biniam, assumindo que ficou emocionado quando o seu avô foi levado para o hospital e garantindo estar "muito feliz" por estarem juntos novamente.

A Etiópia tem mais de 5.200 casos confirmados do vírus.

A utilização de dexametasona em infetados com o novo coronavírus foi considerada, na semana passada, como um "avanço científico" na luta contra a pandemia pela Organização Mundial da Saúde que avisou, no entanto, que o esteroide não é "um tratamento ou profilaxia" para o novo coronavírus e só deve ser usado em doentes com casos graves da covid-19.

A prova de que este esteroide barato e amplamente disponível reduziu as mortes até um terço nos doentes com a covid-19 hospitalizados e gravemente doentes foi apresentada este mês por investigadores britânicos, tendo o secretário de Estado da Saúde britânico, Matt Hancock, adiantado que o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido vai começar a utilizar dexametasona para combater a doença.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 494 mil mortos e infetou mais de 9,82 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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