De acordo com a Associated Press (AP), a campanha denominada "Não vou ser infetado e propagar a covid-19", na língua kirundi, foi lançada em três centros, no norte, centro e sul de Bujumbura, a maior cidade do país.
A AP também dá conta de que os habitantes desta cidade que participaram no arranque da iniciativa estavam obrigados a utilizar máscaras de proteção individual enquanto participavam na triagem.
O ministro da Saúde do Burundi, Thaddee Ndikumana, explicou que a intenção desta iniciativa é controlar a disseminação da doença provocada pelo novo coronavírus.
"Com esta campanha estamos a trabalhar para providenciar triagem para as pessoas que ainda não a tinham conseguido fazer e achamos que agora é o momento de trabalharmos em conjunto neste problema", disse o ministro, acrescentando que este "é o desejo do Governo".
O Burundi registou até hoje 191 casos de infeção, segundo o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças de África.
O ex-chefe de Estado do país Pierre Nkurunziza, que morreu no mês passado na sequência de um ataque cardíaco -- segundo o executivo -, estava a ser criticado pela falta de respostas à pandemia.
Nkurunziza alegava que a crença de que a proteção divina seria suficiente para proteger a população contra a covid-19 permitiu a organização de comícios com vista às eleições presidenciais de maio e expulsou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país por ter criticado as medidas implementadas pelo Governo do Burundi no combate à doença.
Várias organizações não-governamentais esperavam que o novo Presidente, Evariste Ndayisimiye, aliado de Nkurunziza, implementasse novas medidas para mitigar a propagação do SARS-CoV-2, mas, nas três semanas que sucederam à tomada de posse, não houve quaisquer sinais de um aumento do distanciamento físico ou da utilização de equipamentos de proteção individual.
Contudo, na última semana, o chefe de Estado do Burundi classificou a pandemia como "o pior inimigo" do país e anunciou medidas para mitigar a propagação da pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 535 mil mortos e infetou mais de 11,52 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Em África, há 11.408 mortos confirmados em mais de 480 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.