Macau arranca com 'casa' para promover patriotismo nos jovens
Macau vai arrancar com um espaço dedicado à promoção do patriotismo junto dos jovens até ao final do ano, anunciaram hoje as autoridades.
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Mundo Juventude
A informação foi dada a conhecer durante uma reunião plenária do Conselho da Juventude, na qual se adiantou que o espaço intitulado de "Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau" irá ocupar uma parte do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau.
A ideia é "promover o desenvolvimento da educação do amor à pátria e a Macau, cultivar nos jovens o sentido de reconhecimento e de pertença à sociedade e ao país", precisou uma das responsáveis da Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Cheong Man Fai.
A área "será transformada num espaço integrado com exposições, atividades de formação, multimédia, cinematografia e televisão", indicaram as autoridades em comunicado, "prevendo-se que a base entre em funcionamento no decurso do corrente ano".
"Este é um estabelecimento importante, que possibilitará às escolas e às associações promover a educação do amor pela pátria e por Macau", sublinharam.
A 20 de dezembro, na tomada de posse do novo Governo, na presença do Presidente chinês, Xi Jinping, o chefe do executivo, Ho Iat Seng, já tinha salientado que o futuro de Macau passava por reforçar o patriotismo e a integração nacional.
"Iremos reforçar os cursos de formação sobre a situação nacional aos funcionários públicos, no sentido de elevar a sua consciência nacional, (...) reforçar a o patriotismo dos jovens [e] assegurar que o amor à pátria e o princípio 'Um país, dois sistemas' sejam transmitidos de geração em geração", afirmou no seu primeiro discurso como chefe do Governo.
A construção da 'casa' para promover o patriotismo entre os jovens surge num momento em o Governo de Macau veio em mais do que uma ocasião expressar o seu apoio incondicional à polémica lei da segurança nacional imposta por Pequim à vizinha Hong Kong, revelando que há também espaço para "aperfeiçoar" a legislação sobre esta matéria no antigo território administrado por Portugal.
A defesa da lei da segurança nacional é "uma exigência natural e um dever de todo o povo chinês, incluindo os compatriotas de Hong Kong e Macau", pode ler-se numa mensagem publicada na quarta-feira no 'site' da secretaria para a Segurança de Macau.
A legislação foi imposta a Hong Kong a 30 de junho e prevê a prisão perpétua (o que não sucede em Macau) e a punição para quatro tipos de crimes: atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras que ponham em risco a segurança nacional.
Esta foi a resposta de Pequim às manifestações pró-democracia na ex-colónia britânica, em 2019, que resultaram na detenção de mais de nove mil pessoas, a esmagadora maioria jovens.
Macau já aprovou em 2009 a lei relativa à defesa da segurança do Estado, estabelecida no artigo 23.º da Lei Básica ('miniconstituição') e tem feito da formação patriótica uma das suas prioridades, traduzida nos discursos governamentais e na ação dos serviços e institutos, sempre focada nos jovens.
Hoje, o jornal Hoje Macau noticiou que Instituto Cultural (IC) de Macau retirou um livro do ativista de Hong Kong Joshua Wong das prateleiras da Biblioteca de Seac Pai Van para o analisar.
Citado pelo jornal, o IC afirmou que a obra, intitulada "Não Sou uma Criança", da autoria daquele que é um dos rostos dos protestos em Hong Kong, não pode ser requisitada porque estará a ser "analisada".
A 06 de julho, o Governo de Hong Kong ordenou a retirada de todos os materiais didáticos e livros escolares que pudessem violar a lei de segurança nacional.
A diretiva enviada às escolas foi anunciada dois dias após as bibliotecas terem também sido avisadas para retirar obras das prateleiras, pelo mesmo motivo. O livro de Joshua Wong foi também um dos alvos.
Hong Kong regressou à China em 1997 sob um acordo que garantia ao território 50 anos de autonomia e liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "Um país, dois sistemas".
Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
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