Na habitual intervenção no início dos trabalhos do Conselho Europeu, reunido para procurar um consenso em torno à proposta para responder à crise gerada pela covid-19, o presidente do PE referiu que "as discussões e decisões que seremos chamados a tomar serão cruciais na reconstrução da nossa União para as décadas vindouras".
Sassoli disse ainda, segundo um comunicado, que "chegou o momento de decidir como e onde crescer", acrescentando que a pandemia da covid-19 implica "a responsabilidade de decidir e o dever de o fazer no interesse de todos e não apenas de alguns".
O PE espera "a adoção de um pacote de recursos próprios com um compromisso de que entrarão em vigor o mais rapidamente possível, e o mais tardar até 2023", aproveitando para defender o fim dos 'rebates', descontos que alguns Estados-membros que são contribuintes líquidos para o orçamento da UE recebem, e que considera "injustos e difíceis de justificar".
O hemiciclo europeu quer ainda "um mecanismo de governação que assegure um controlo democrático adequado sobre a afetação de recursos e a aprovação de planos nacionais de recuperação".
"O dinheiro que é emprestado em conjunto deve ser acompanhado de uma governação que respeite o método comunitário. Seria inimaginável para uma Europa que decidiu uma resposta comum à crise, excluir o PE", acrescentou David Sassoli na sua intervenção, após a qual abandona a sala.
Os líderes da UE vão tentar hoje e sábado 'fechar' um compromisso em torno do plano de relançamento da economia europeia, fortemente atingida pela crise pandémica, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará este ano uma contração do Produto Interno Bruto da UE na ordem dos 8,7%.
Em cima da mesa está uma proposta formulada por Charles Michel, com base na proposta avançada pela Comissão Europeia no final de maio, de um orçamento para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros, associado a um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, 500 mil milhões dos quais a serem dirigidos aos Estados-membros a fundo perdido.