"O número de casos diários estabilizou entre os cerca de 40 e 45 mil, já não estamos a assistir ao aumento diário que se verificava entre abril e maio", disse o diretor para a área das emergências da OMS, Michael Ryan, durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19 no mundo.
Segundo o especialista, entre meados de junho e julho, a situação epidemiológica no Brasil parece ter estabilizado naquilo que designou de "planalto".
No entanto, Michael Ryan alertou que o número de casos e de óbitos ainda não começou a diminuir de forma sistemática, sublinhando que "não há garantia absolutamente nenhuma de que diminuam sozinhos".
O epidemiologista acrescentou ainda que o momento atual é uma oportunidade para o Brasil assumir o controlo da situação epidemiológica do país, apelando para uma ação concertada e sustentada.
"Até agora, em muitos países, incluindo no Brasil, o vírus é que está no comando, o vírus é que define as regras. Nós é que temos de definir as regras para o vírus e há aqui uma oportunidade para conduzir a transmissão do vírus numa trajetória descendente", sublinhou.
Atualmente, o Brasil é o segundo país com maior número de casos e de mortos, a seguir aos Estados Unidos, totalizando 76.688 óbitos e mais de 2 milhões de casos de infeção.
Na quinta-feira, o país registou 45.403 novos casos da doença e 1.322 mortes, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde do país.