"O mais espantoso é que se encontram hoje com uma pessoa que teve o coronavírus mas continuou a trabalhar. Os médicos chegaram a esta conclusão ontem [segunda-feira]", afirmou durante um encontro com funcionários do Ministério do Interior.
"Graças a Deus, faço parte daqueles que não tiveram sintomas", acrescentou Lukashenko, segundo imagens divulgadas pela televisão pública bielorrussa.
O Presidente da Bielorrússia é um dos únicos dirigentes do mundo que não ordenou medidas de confinamento obrigatório face à epidemia.
Anteriormente definiu-a como uma "psicose" e recomendou beber um pouco da vodka ou frequentar a sauna para evitar adoecer.
Alexander Lukashenko tem sido criticado pela sua gestão da pandemia.
A Bielorrússia recenseou mais de 67.000 casos do novo coronavírus e 543 mortos, segundo os números oficiais.
Alexander Lukashenko, que nunca foi visto com uma máscara de proteção, prossegue a sua campanha para a eleição presidencial de 09 de agosto em que concorre a um sexto mandato consecutivo.
A campanha eleitoral ficou assinalada por uma vaga de manifestações antigovernamentais reprimidas pelas autoridades, e a detenção de opositores de primeiro plano.
Os resultados das últimas quatro eleições presidenciais não foram reconhecidos como justos pelos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que denunciaram fraudes e pressões sobre a oposição.
O Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR, na sigla em inglês) da OSCE já informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia que não enviará observadores a estas eleições por ainda não ter recebido o necessário convite.
A diretora da ODIHR, a islandesa Ingibjörg Sólrún Gísladóttir, lamentou que a OSCE ainda não tenha sido convidada dois meses após a convocação das eleições e justificou a decisão pelo facto de autoridades bielorrussas não terem adotado qualquer medida para solucionar as recomendações emitidas anteriormente pela organização.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 654 mil mortos e infetou mais de 16,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.