A CIDH expressou esta quarta-feira a sua preocupação e instou o Estado peruano a investigar os casos diligentemente e com uma perspetiva de género, bem como a cumprir "o dever de proteger de maneira abrangente os direitos das adolescentes, particularmente o direito a uma vida livre de violência ".
No total, são 915 as denúncias acumuladas por desaparecimentos de mulheres e adolescentes durante o período de isolamento social decretado pelo Governo, que ainda se mantém em algumas regiões do país, de acordo com dados divulgados pelo MP em comunicado.
Desde o início do ano, no total foram feitas 2.415 denúncias de mulheres desaparecidas no Peru (737 adultos e 1.720 menores), uma tendência que se acelerou com o alívio das restrições à mobilidade social.
Além disso, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP), 226 crianças e adolescentes menores de idade (sempre mulheres) foram vítimas de abuso sexual desde o início da pandemia.
O confinamento começou a 16 de março em todo o país, juntamente com o fecho total das fronteiras, recolher obrigatório noturno e a proibição do transporte inter-provincial de passageiros.
Desde 01 de julho, o confinamento foi oficialmente suspenso em 18 das 25 regiões do país, mas subsiste em sete departamentos onde as infeções ainda não decresceram.
Apesar da rápida resposta das autoridades, o Peru tornou-se num dos focos mundiais do COVID-19, acumulando mais de 395 mil infeções e mais de 18.600 mortes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infetou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.