"Agradeço a Deus, a José Gregório Hernández [1864-1919, médico católico venezuelano em processo de beatificação], à Virgem, às orações deste belo povo, por me acompanharem neste primeiro mês de batalha, ao pessoal médico e de enfermagem, à minha família, a vocês um muito obrigado por tanto amor", escreveu na sua conta do Twitter.
Diosdado Cabello, 57 anos, que é tido como o segundo homem mais forte do 'chavismo', depois do Presidente Nicolás Maduro, concluiu a mensagem anunciando que estava "a receber alta médica hoje. Nós venceremos!".
Entretanto, a estatal Agência Venezuelana de Notícias (AVN) divulgou um vídeo onde se vê Diosdado Cabello de pé, saudando, junto à entrada de uma casa, com uma máscara preta e uma das suas vestimentas tradicionais que combina as cores da bandeira da Venezuela, azul, vermelho e amarelo.
De momento não foi dada informação adicional sobre qual o tratamento que recebeu Diosdado Cabello, nem de quais os sintomas que teve ou mesmo do processo de recuperação da doença covid-19.
Na última segunda-feira, durante um ato político transmitido pela televisão estatal venezuelana, o Presidente Nicolás Maduro, recebeu um telefonema de Diosdado Cabello, em que o número dois do chavismo parecia falar com dificuldade, situação que provocou diversas reações nas redes sociais venezuelanas, algumas delas questionando qual seria o seu estado de saúde.
Em 8 de julho, Diosdado Cabello suspendeu o seu programa "Con el mazo dando" ("Dando com o malho") que é transmitido em horário nobre na televisão estatal venezuelana, tendo sido alegado que foi devido a uma forte "alergia".
Nesse mesmo dia o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, durante uma intervenção televisiva, que Diosdado Cabello tinha iniciado tratamento médico após ter testado positivo para o novo coronavírus.
"O companheiro Diosdado Cabello escreveu uma mensagem na sua conta do Twitter informando que depois de fazer os testes de PCR [método utilizado para a deteção do vírus] para a covid-19 deu positivo", disse Nicolás Maduro que lhe expressou "toda a solidariedade".
Na Venezuela estão confirmados 22.299 casos de pessoas infetadas e 195 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 12.146 pacientes.
Entre os casos confirmados de pessoas infetadas encontram-se vários políticos do Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido do Governo.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto, estando a população impedida de circular entre as distintas regiões do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 708 mil mortos e infetou mais de 18,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.