As declarações de Rohani foram feitas depois de o representante da República Islâmica nas Nações Unidas ter informado que os Estados Unidos terão de reformular o seu projeto de resolução caso seja rejeitado por outros membros do Conselho de Segurança.
O embargo à venda de armas em Teerão expira em 18 de outubro, nos termos da resolução que aprovou o acordo nuclear internacional, concluído em julho de 2015 entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e também com a Alemanha.
Um embargo da ONU a materiais e tecnologia necessários ao programa de mísseis balísticos do Irão deverá, no entanto, permanecer em vigor até 2023.
A União Europeia afirmou que continuará a aplicar o seu próprio embargo a Teerão, mesmo após o levantamento do primeiro embargo da ONU.
Segundo os termos do acordo nuclear, o Irão concordou reduzir as suas atividades nucleares em troca, entre outras coisas, da redução das sanções.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou unilateralmente o país do acordo, em maio de 2018, e impôs pesadas sanções ao Irão como parte de uma campanha de "pressão máxima".
Em resposta, o Irão começou, em maio de 2019, a deixar de cumprir os seus compromissos no acordo, enquanto pedia que as sanções fossem atenuadas.
"Esperamos muito que [a proposta de resolução da] América 'chumbe'", disse hoje Rohani, durante um conselho de ministros transmitido pela televisão.
"A adoção da resolução significaria uma violação flagrante" do acordo nuclear, advertiu o Presidente iraniano.
Horas antes da reunião de ministros, o representante iraniano da ONU, Majid Takht-Ravanchi, anunciou que os EUA "foram forçados a retirar" o seu projeto de resolução original após este "ter sido repudiado pelos membros do Conselho de Segurança" e teve de apresentar uma nova versão.
"O novo projeto é semelhante - em natureza e propósito - ao anterior", escreveu hoje o diplomata iraniano na rede social Twitter, acrescentando que continua "confiante de que o Conselho rejeitará - mais uma vez - a iniciativa".
Após a reunião do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, acusou os Estados Unidos de tentar "destruir o Conselho de Segurança" da ONU.
Zarif disse, na televisão estatal, que o novo projeto de resolução dos EUA reduziu "cinco páginas a cinco frases", considerando que, ao propô-la como nova, Washington estava a desrespeitar os membros do Conselho de Segurança.
O texto da proposta norte-americana, que a AFP consultou, pede um prolongamento ilimitado do embargo.
As Nações Unidas e os Estados Unidos não confirmaram essas afirmações até agora.