Projetado pelo arquiteto Maurício dos Santos, o edifício que vai albergar a estação do terminal do cabo submarino vai ser construído na zona industrial de Achada Grande Frente, o primeiro bairro para quem chega à cidade da Praia do aeroporto internacional Nelson Mandela.
A infraestrutura deverá ficar concluída até finais de outubro, enquanto a ligação ao cabo submarino EllaLink é para acontecer até final do ano, segundo o presidente do conselho de administração da Cabo Verde Telecom, João Domingos Correia.
"Poderá haver algum deslize de um ou dois meses no máximo", previu o presidente da CV Telecom, indicando que o cabo submarino vai passar ainda por Portugal, mas também liga à América Latina, mais concretamente ao Brasil.
O sistema EllaLink é um cabo submarino de quatro pares de fibra de última geração projetado para atender à procura de tráfego entre a Europa e a América Latina.
Segundo João Domingos Correia, o cabo vai ser uma "autoestrada" que vai ligar Cabo Verde ao mundo, juntando-se à atual estação de Cabo Submarino Wacs (West Africa Cable System) e a outro cabo chamado Atlantis II, mais antigo e já em fase de descontinuação.
Num investimento de 30 milhões de euros, o presidente da CV Telecom disse que o seu potencial deve ser explorado por todos os cabo-verdianos, para ser transformado em rendimento e riqueza.
"Se a CV Telecom investir numa infraestrutura de cerca de 30 milhões de euros e pensar que sozinha poderá rentabilizar a infraestrutura, certamente que não estará a prestar um bom trabalho a Cabo Verde", salientou Domingos Correia, garantindo que todos os outros operadores têm abertura para explorar a infraestrutura, informando que parte da sua capacidade já foi vendida.
Por sua vez, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, que presidiu o ato de lançamento do projeto, disse que se trata de um "bom investimento" para Cabo Verde, seja em que contexto for, mas que ganha "relevância muito maior" por acontecer neste momento em que o país e o mundo vive uma crise provocada pelo novo coronavírus.
"Porque precisamos todos de ânimo, de confiança e de esperança para podermos ultrapassar as dificuldades atuais", salientou o chefe do Governo, considerando que não se trata de um investimento solto, mas sim é enquadrado.
O terminal vai ser construído ao lado do Parque Tecnológico e do Data Center, que o Governo quer aproveitar para criar uma Zona Económica Especial Tecnológica na cidade da Praia, ilha de Santiago.
"Representa uma forte aposta na transformação digital e Cabo Verde tem feito esta aposta e devemos continuar a fazê-lo com muita convicção e determinação", apontou Correia e Silva, para quem o investimento vai alavancar tudo o que é economia digital no país.
Para o primeiro-ministro, o investimento representa também uma forte aposta para o país dar "saltos qualitativos" em termos de infraestruturas de telecomunicações e de Internet, através de cabos de fibra ótima de cabos submarinos.
"E nós estamos a fazer apostas fortes, de transformar Cabo Verde numa plataforma digital de serviços de qualidade, uma referência em África e no Atlântico Médio, através de um ecossistema favorável", salientou o primeiro-ministro, referindo que o país vai "melhorar substancialmente" a sua capacidade de telecomunicações e de Internet.