Segundo indicou hoje o Palácio do Eliseu (sede da Presidência da República de França), a inquietação de Macron foi expressa durante uma conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, em que foi abordada também a "violência contra cidadãos na sequência das eleições" de domingo.
Segundo a Presidência francesa, Macron sublinhou a Putin a necessidade de se encontrar uma via para o diálogo.
Trata-se da primeira reação oficial de Macron desde o anúncio da vitória de Lukashenko (com mais de 80% os votos) nas eleições bielorrussas de domingo, presidenciais marcadas por fortes suspeitas de irregularidades e que permitiu ao chefe de Estado prolongar-se no poder pelo sexto mandato consecutivo (desde 1994).
Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês apelou às autoridades bielorrussas a "uma grande contenção", enquanto a polícia reprimia os manifestantes da oposição, que protestavam contra os resultados da votação.
Por outro lado, os chefes da diplomacia da União Europeia (UEE) deverão reunir-se na próxima sexta-feira, com Bruxelas a ameaçar aplicar sanções contra Minsk.
Na conversa telefónica, Macron e Putin analisaram igualmente a situação no Líbano e a cooperação entre a França e a Rússia face à pandemia do novo coronavírus.
Por seu lado, em comunicado também, o Kremlin adiantou que a cooperação entre Moscovo e Paris terá em conta "o registo da vacina pela Rússia ", anunciada terça-feira pelo próprio Putin.
Moscovo adiantou ainda que a "possível visita" de Macron à Rússia, anunciada em fins de junho, está a ser preparada.