Nancy Pelosi decidiu encurtar as férias parlamentares, que deveriam prolongar-se até setembro, para submeter a votação legislação que proíba quaisquer alterações ao funcionamento dos serviços postais.
O novo diretor dos serviços postais, Louis DeJoy, aliado do Presidente e em funções desde junho, procedeu a numerosas alterações ao funcionamento dos serviços, com queixas de atrasos, cortes e subida de preços.
A questão assume especial relevância a poucos meses das presidenciais de novembro, em que milhões de norte-americanos deverão optar pelo voto por correio para evitar os riscos associados à pandemia de covid-19 que a deslocação às assembleias de voto pode implicar.
"Em tempo de pandemia, os serviços postais são a central eleitoral. Os norte-americanos não têm de escolher entre a sua saúde e o direito de voto", afirmou Nancy Pelosi numa carta aos congressistas do Partido Democrata.
Steny Hoyer, líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, disse a jornalistas que os líderes parlamentares vão discutir hoje por videoconferência a realização da sessão.
Fonte parlamentar disse por seu turno à Associated Press (AP) que a sessão deve realizar-se no próximo sábado, 22 de agosto.
A legislação que está a ser preparada proíbe os serviços postais de qualquer mudança nas operações postais ou no nível de serviço vigente a 01 de janeiro passado até ao final da pandemia.
Donald Trump tem manifestado a sua oposição ao voto por correio, que considera só se justificar quando os eleitores não estão no seu estado de residência no dia das eleições, e defendido que o processo abre caminho a fraudes eleitorais.
Numa entrevista publicada na quinta-feira, Trump admitiu que tem bloqueado novos fundos pedidos pelos serviços postais para evitar uma votação por correio universal nas presidenciais de novembro.