Negociadores de ambas as partes reuniram-se hoje em Viena às primeiras horas da manhã e prevêem continuar as discussões pelo menos até terça-feira à tarde.
O emissário norte-americano para o desarmamento, Marshall Billingslea, escreveu na rede social Twitter, antes da reunião, que os Estados Unidos estão "preparados para um diálogo sério".
A delegação russa é liderada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Riabkov.
O embaixador russo junto dos organismos internacionais em Viena, Mikhail Ulianov, escreveu por seu lado no Twitter que "um diálogo profissional, de mente aberta, é melhor que a retórica propagandística que dominou este contexto durante muito tempo".
A frase parece aludir à insistência dos Estados Unidos de incluir a China nestas negociações, entretanto abandonada, face ao que considera a construção por Pequim de um importante arsenal atómico, sem restrições.
A China recusa qualquer participação nas negociações.
Esta terceira ronda segue-se a uma primeira em finais de junho, seguida de uma segunda em finais de julho, sempre em Viena.
Segundo a imprensa norte-americana, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer realizar, antes das presidenciais de novembro, uma cimeira com o homólogo russo, Vladimir Putin, para anunciar um acordo sobre a extensão do Novo START.
O acordo de desarmamento START (Tratado de Desarmamento de Armas Estratégicas) expira a 05 de fevereiro de 2021.
Os Estados Unidos e a Rússia controlam atualmente cerca de 90% de todas as armas nucleares que existem no mundo.
O START em vigor, assinado em 2010, limita as armas nucleares estratégicas a um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 sistemas balísticos para cada potência nuclear.
Em caso de acordo em Viena, a vigência do tratado pode ser prorrogada por cinco anos, até 2026.
Caso não haja acordo, especialistas admitem uma nova corrida ao armamento nuclear, uma vez que, pela primeira vez desde 1972, não haveria nenhum acordo de controlo de armas atómicas em vigor entre as duas maiores potências nucleares do mundo.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos de três acordos internacionais de desarmamento: o acordo sobre nuclear com o Irão, o tratado INF sobre mísseis terrestres de médio alcance e o tratado Céu Aberto de verificação de movimentos militares e da limitação de armamentos.