O Ministério da Saúde confirmou em comunicado a morte de Guennady Shutov, 43 anos, após uma "forte deterioração" do seu estado de saúde, sem mencionar a causa dos seus ferimentos.
De acordo com a família, citada nos meios de comunicação bielorrussos, Gennady Shutov morreu num hospital militar em Minsk, capital da Bielorússia, após sofrer um ferimento na cabeça durante a manifestação de 11 de agosto em Brest, uma cidade no oeste do país.
Fontes entrevistadas pelo portal de notícias tut.by relataram um "ferimento de bala na cabeça".
Esta é a terceira morte desde o início dos protestos contra o resultado da eleição presidencial de 09 de agosto, contestada pela oposição, que também deixou dezenas de feridos e cerca de 6.700 prisões.
A polícia admitiu em 12 de agosto ter disparado munição real no dia anterior contra manifestantes "agressivos" e "armados com barras de metal" em Brest, ferindo um deles.
Familiares de Guennady Shutov, por sua vez, disseram aos meios de comunicação que o homem não era "agressivo" e simplesmente andava na rua antes de ser baleado a partir do telhado de um prédio.
Segundo dados oficiais, a eleição de 09 de agosto foi vencida pelo Presidente Alexander Lukashenko com 80,1% dos votos.
A líder da oposição bielorrussa e candidata presidencial, Svetlana Tikhanovskaya, teria recebido apenas 10% dos votos nesta eleição, considerada fraudulenta.
Na terça-feira, a oposição, que não reconhece o resultado das eleições, criou um conselho coordenador para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia, iniciativa à qual Lukashenko, que governa o país com mão de ferro há 26 anos, respondeu com a ameaça de medidas suficientes para "acalmar algumas cabeças quentes".
Além disso, numa demonstração de que mantém o controlo das forças armadas, o Presidente bielorrusso anunciou inesperadamente que as tropas na fronteira ocidental do país, que a Bielorrússia partilha com países do bloco da NATO, foram colocadas em alerta.
A situação na Bielorrússia será o tema hoje de uma cimeira extraordinária da União Europeia, com uma possível extensão das sanções já tomadas na semana passada, após a repressão às manifestações, a outras autoridades bielorrussas.