Pandemia mostra necessidade de trocas intrarregionais em África, diz Gana
O Presidente do Gana, país que acolheu a sede do secretariado do acordo de comércio livre no continente, considerou que a pandemia da Covid-19 demonstra a necessidade de aumentar as trocas entre os países africanos.
© Reuters
Mundo Covid-19
"A destruição das cadeias de fornecimento globais reforçou a necessidade de uma integração mais próxima entre nós, para podermos aumentar a nossa autossuficiência, fortalecer as nossas economias e reduzir a dependência de fontes externas", disse Nana Akufo-Addo, durante a cerimónia que marcou a inauguração da sede do Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA, na sigla em inglês).
O Gana foi selecionado como a sede do secretariado do tratado durante a cimeira dos chefes de Estado em Niamey, em julho do ano passado, e o Presidente do Gana defendeu que os países que ainda não ratificaram o acordo devem fazê-lo antes da próxima cimeira, marcada para dezembro.
Atualmente, 54 Estados africanos assinaram o acordo, mas apenas 28 o ratificaram, estando em condições de beneficiar das vantagens a partir de 01 de janeiro do próximo ano, depois do adiamento devido às restrições de viagens no seguimento da propagação da pandemia de covid-19.
O AfCFTA será a maior área de comércio livre no mundo e tem sido apontada pelos analistas e pelos países como tendo o potencial para transformar o continente de 1,2 mil milhões de pessoas e com um Produto Interno Bruto de 3 biliões de dólares (2,5 biliões de euros).
Na cerimónia, o primeiro secretário-geral do AfCFTA, Wamkele Mene, defendeu que "é preciso agir agora e atuar para desmantelar o modelo económico colonial que herdámos" e salientou que o acordo permite confrontar os desafios económicos e comerciais significativos, entre os quais apontou a fragmentação do mercado, a pequenez das economias nacionais, a sobredependência das exportações de matérias primas e falta de especialização, entre outros.
Durante a cerimónia, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou também um apoio institucional de 5 milhões de dólares (4,2 milhões de euros) à União Africana para o estabelecimento do secretariado: "O Banco está muito entusiasmado em associar-se a esta iniciativa que promete dar-nos a África que queremos", disse o vice-presidente para o setor privado, infraestrutura e industrialização, Solomon Quaynor.
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