Israel/Emirados: Primeiro voo comercial direto chega a Abu Dhabi
O primeiro voo comercial direto entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU) aterrou hoje em Abu Dhabi, um marco nas relações entre os dois países, que dia 13 anunciaram ter decidido estabelecer laços diplomáticos.
© Reuters
Mundo Abu Dhabi
O voo LY971 -- utilizando o código telefónico internacional dos Emirados -- da companhia aérea israelita El Al chegou aos Emirados às 15:40 locais (12:40 em Lisboa).
"Esperemos que este voo seja o primeiro de muitos", declarou à imprensa Jared Kushner logo após aterrar. O genro do presidente Donald Trump e conselheiro na Casa Branca lidera a delegação norte-americana que se deslocou aos EAU.
Kushner felicitou o príncipe herdeiro dos Emirados, Mohammed bin Zayed, pela sua "coragem" em chegar a acordo com o Estado hebreu, uma decisão polémica no mundo árabe.
Agradeceu ainda à Arábia Saudita por ter autorizado o Boeing 737, que transportava as delegações norte-americana e israelita, a sobrevoar o seu espaço aéreo.
Os passageiros foram recebidos no aeroporto pelo ministro dos Negócios Estrangeiros dos EAU, Anwar Gargash, e pelo embaixador dos Estados Unidos no país, John Rakolta.
"Estamos aqui para transformar uma visão em realidade", declarou por seu turno Meir Ben Shabbat, o conselheiro israelita para a segurança nacional, iniciando o seu discurso em árabe com a frase consagrada "Salam aleykum" (que a paz esteja convosco).
Sublinhou que não há "limite" para a futura cooperação entre os dois países, citando diversos setores onde podem colaborar.
As delegações norte-americana e israelita têm previstos dois dias de discussões sobre segurança, comércio, cooperação científica, turismo e o processo de vistos para os futuros viajantes entre os dois novos parceiros do Médio Oriente.
Os Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram a 13 de agosto um acordo para normalizar relações, oficiosas há nos, tornando-se assim os EAU o primeiro país do Golfo a mudar o estatuto da sua relação com o Estado hebreu e o terceiro do mundo árabe, depois do Egito em 1979 e da Jordânia em 1994.
Os palestinianos, hostis ao acordo entre o Estado hebreu e os Emirados, criticaram hoje o voo comercial entre os dois países.
"É doloroso para nós ver aterrar um avião israelita nos Emirados (...) numa violação flagrante da posição árabe sobre o conflito israelo-palestiniano", sublinhou o chefe do governo palestiniano, Mohammad Eshtyyed.
"A paz não pode ser alcançada pela negação do direito palestiniano à existência", disse Saeb Erafat, o principal negociador palestiniano.
A posição tradicional do mundo árabe tem sido a de fazer depender a paz com Israel de um acordo do Estado hebreu com os palestinianos.
Mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse no domingo que responsáveis israelitas têm mantido conversações com dirigentes árabes e muçulmanos para uma normalização das relações diplomáticas, precisando contactos que "não foram publicitados" com responsáveis do Sudão, Chade e Omã.
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