Opositor do Zimbabué libertado sob caução
Um tribunal do Zimbabué ordenou a libertação sob fiança do opositor Jacob Ngarivhume, preso em 20 de julho sob a acusação de "incitar à violência pública" e cujos três pedidos de libertação anteriores tinham sido negados, foi hoje anunciado.
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Mundo Zimbabué
Um magistrado do Supremo Tribunal de Harare aceitou o recurso, decidindo que a rejeição dos pedidos anteriores foi "um erro da justiça".
O opositor foi libertado sob fiança de 50.000 dólares zimbabueanos (600 dólares norte-americanos) e tem de entregar o seu passaporte ao tribunal.
Jacob Ngarivhume, líder do partido "Transformar o Zimbabué", foi preso em 20 de julho depois de ter convocado uma manifestação para 31 de julho contra a alegada corrupção no regime do Presidente Emmerson Mnangagwa e os efeitos da crise económica e social que assola o Zimbabué há duas décadas.
Foi preso juntamente com a jornalista Hopewell Chin'ono, que ainda se encontra na prisão pelos mesmos motivos.
Chin'ono, que tinha expressado através da rede social Twitter o seu apoio a protestos, espera também hoje um veredicto sobre o seu pedido de libertação sob fiança.
Ngarivhume e Chin'ono estão entre vários críticos do Governo e ativistas da oposição detidos nos últimos meses por manifestarem preocupação com os problemas crescentes do país.
Na terça-feira, um dos advogados do jornalista, que está detido há mais de um mês, adiantou que Chin'ono está "visivelmente doente" e apresenta sintomas "consistentes com a covid-19".
Cerca de 20 pessoas foram presas durante a manifestação proibida em 31 de julho, incluindo a famosa escritora Tsitsi Dangarembga.
Foram todos libertados sob fiança pouco tempo depois.
Além da repressão política, o Zimbabué tem estado mergulhado numa crise económica durante as duas últimas décadas, que resultou numa inflação galopante e na escassez de muitos bens de primeira necessidade.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse, na segunda-feira, que tencionava enviar rapidamente uma delegação a Harare para tentar ajudar a aliviar a situação política no Zimbabué após o fracasso de uma primeira missão deste tipo em agosto.
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