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Opositor do Zimbabué libertado sob caução

Um tribunal do Zimbabué ordenou a libertação sob fiança do opositor Jacob Ngarivhume, preso em 20 de julho sob a acusação de "incitar à violência pública" e cujos três pedidos de libertação anteriores tinham sido negados, foi hoje anunciado.

Opositor do Zimbabué libertado sob caução
Notícias ao Minuto

12:41 - 02/09/20 por Lusa

Mundo Zimbabué

Um magistrado do Supremo Tribunal de Harare aceitou o recurso, decidindo que a rejeição dos pedidos anteriores foi "um erro da justiça".

O opositor foi libertado sob fiança de 50.000 dólares zimbabueanos (600 dólares norte-americanos) e tem de entregar o seu passaporte ao tribunal.

Jacob Ngarivhume, líder do partido "Transformar o Zimbabué", foi preso em 20 de julho depois de ter convocado uma manifestação para 31 de julho contra a alegada corrupção no regime do Presidente Emmerson Mnangagwa e os efeitos da crise económica e social que assola o Zimbabué há duas décadas.

Foi preso juntamente com a jornalista Hopewell Chin'ono, que ainda se encontra na prisão pelos mesmos motivos.

Chin'ono, que tinha expressado através da rede social Twitter o seu apoio a protestos, espera também hoje um veredicto sobre o seu pedido de libertação sob fiança.

Ngarivhume e Chin'ono estão entre vários críticos do Governo e ativistas da oposição detidos nos últimos meses por manifestarem preocupação com os problemas crescentes do país.

Na terça-feira, um dos advogados do jornalista, que está detido há mais de um mês, adiantou que Chin'ono está "visivelmente doente" e apresenta sintomas "consistentes com a covid-19".

Cerca de 20 pessoas foram presas durante a manifestação proibida em 31 de julho, incluindo a famosa escritora Tsitsi Dangarembga.

Foram todos libertados sob fiança pouco tempo depois.

Além da repressão política, o Zimbabué tem estado mergulhado numa crise económica durante as duas últimas décadas, que resultou numa inflação galopante e na escassez de muitos bens de primeira necessidade.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse, na segunda-feira, que tencionava enviar rapidamente uma delegação a Harare para tentar ajudar a aliviar a situação política no Zimbabué após o fracasso de uma primeira missão deste tipo em agosto.

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