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Turquia exorta UE a permanecer "imparcial" na sua crise com a Grécia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exortou hoje a União Europeia (UE) a permanecer "imparcial" na crise que opõe a Turquia à Grécia em torno da prospeção de hidrocarbonetos no Mediterrâneo oriental, indicou a presidência em comunicado.

Turquia exorta UE a permanecer "imparcial" na sua crise com a Grécia
Notícias ao Minuto

23:57 - 06/09/20 por Lusa

Mundo Recep Tayyip Erdogan

No decurso de um contacto telefónico com Erdogan, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assinalou por sua vez a importância de uma diminuição da tensão entre os dois países vizinhos e membros da NATO, e apelou à Turquia para terminar as atividades que possam agravar o contencioso com a Grécia, indicou o diplomata europeu.

A Turquia e a Grécia estão de novo envolvidas numa disputa em torno das jazidas de hidrocarbonetos detetadas no Mediterrâneo oriental, numa zona que Atenas reivindica como zona económica exclusiva.

A crise, que suscitou uma troca de acusações entre Ancara e o bloco europeu, que desde 1981 inclui a Grécia, vai ser abordada na cimeira da UE em 24 e 25 de setembro. A França, e ainda o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, evocaram a eventualidade de sanções contra a Turquia.

No decurso do contacto com Michel, o líder turco "convidou as instituições e Estados-membros da UE a permaneceram justos, imparciais e objetivos e a atuar de forma responsável sobre as problemáticas regionais, em particular no Mediterrâneo oriental", segundo a presidência turca.

Em 10 de agosto, a Turquia enviou um navio de prospeção sísmica, acompanhado por vasos de guerra, para águas entre a Grécia e Chipre, e que impeliu Atenas a desencadear manobras navais para defender o seu território marítimo.

No sábado, no decurso de uma intervenção pela televisão, o Presidente Erdogan ameaçou a Grécia: "Vão entender, seja pela linguagem da política e da diplomacia, seja no terreno através de dolorosas experiências".

A França, que enviou navios de guerra e aviões de combate para a região em apoio da Grécia, não conseguiu até ao momento garantir a adesão de outros países da UE para as suas posições mais intransigentes.

Michel declarou a Erdogan que "todas as medidas" serão abordadas no decurso da cimeira do final de setembro, de acordo com o diplomata europeu.

Erdogan considera que a abordagem da UE a esta crise será "um teste de sinceridade" para as leis internacionais e a paz regional, acrescentando que as posições provocatórias de diversos dirigentes europeus não favorecem o apaziguamento, precisou a presidência turca.

Neste contexto de fortes tensões, as forças armadas turcas iniciaram hoje as suas manobras anuais, batizadas "Tempestade mediterrânica", na República Turca de Chipre do Norte (RTCN), uma entidade apenas reconhecida por Ancara e que ocupa o terço norte da ilha, dividida entre cipriotas gregos e turcos.

"Os imperativos securitários do nosso país e da RTCN são incontornáveis", escreveu no Twitter o vice-presidente turco Fuat Oktay. Os exercícios devem prolongar-se até quinta-feira.

Chipre está dividido desde 1974 na sequência de uma invasão militar da Turquia na sequência de um fracassado golpe de nacionalistas cipriotas que pretendiam a união com a Grécia.

A República de Chipre, a parte sul da ilha, integra da UE desde 2004, enquanto a Turquia, o único país que legitimou a RTCN, mantém mais de 35.000 tropas no terreno.

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