Macau apoia investigação anti-coronavírus que vai da nanotecnologia à IA

Macau está a apoiar investigação anti-covid-19 que vai da nanotecnologia à inteligência artificial, com alguns dos projetos a serem hoje apresentados e que vão custar ao Governo 10,07 milhões de patacas (1,06 milhões de euros).

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Lusa
16/09/2020 12:29 ‧ 16/09/2020 por Lusa

Mundo

Coronavírus

Seis dos 26 projetos de investigação que o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau está a apoiar apresentaram produtos que prometem desde desinfeções eficazes a partir de nanotecnologia com recurso a prata a sistemas de diagnóstico com inteligência artificial capazes de distinguir entre pneumonias associadas à covid-19 ou causadas por outro vírus, em 20 segundos e com uma taxa de sucesso não inferior a 90%.

O FDCT "espera que, para além de motivar Macau a apoiar os esforços de investigação do país contra a pandemia, estes projetos possam encorajar os profissionais locais ligados à ciência e tecnologia, em especial os jovens investigadores e empresas da área, a estudar e desenvolver aplicações de produtos contra o coronavírus", disse um dos membros do conselho de administração do FDCT, Paul Cheang Kun Wai, no lançamento do evento.

Os projetos, alguns já na fase de industrialização, estão a ter já aplicação prática e diária em hospitais, espaços e transportes públicos, em Macau e na China continental, alguns patentearam os seus produtos de desinfeção e equipamento de deteção, podendo ser encontrados já no mercado.

Um equipamento portátil de deteção do novo coronavírus garante o diagnóstico em 20 minutos com taxas de sucesso que chegam aos 96%, podendo ser usado numa fase em que se exige uma análise preliminar e rápida para se evitar os contágios, como sucede com os profissionais de saúde que estão na linha da frente ou mesmo em aeroportos, segundo os responsáveis pelo projeto.

Paul Cheang Kun Wai afirmou que estes 26 projetos resultaram já no pedido de registo de oito patentes, na publicação de 27 artigos de investigação e na criação de 16 produtos, desde que o FDCT avançou em fevereiro com a receção de propostas.

O projeto que domina os pedidos de registo de patentes é aquele que desenvolveu produtos de desinfeção antibacterianos a partir de prata, com recurso a nanotecnologia.

Outros apostaram no desenvolvimento de sistemas de deteção de febre capazes de assegurar o reconhecimento facial, mesmo com máscara, e um dos projetos passa mesmo pela investigação sobre a potencialidade da medicina tradicional chinesa para reforçar a prevenção e tratamento da covid-19.

O FDCT recebeu 74 candidaturas no total, a esmagadora maioria de universidades, mas também de empresas ligadas à ciência e tecnologia. O período de investigação vai dos três meses a um ano.

Macau registou 46 infeções com o novo coronavírus desde o início da pandemia, mas nunca detetou qualquer surto comunitário, não existindo atualmente qualquer caso ativo.

O uso da máscara nos transportes e serviços públicos, bem como o controlo da temperatura em locais de maior aglomeração de pessoas é uma prática generalizada no território.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

 

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