De acordo com o relatório hoje divulgado, citado pela AP, a ONU diz que homicídios seletivos, intimidações e abusos sexuais de homens e mulheres foram cometidos contra os dirigentes da oposição nas vésperas das eleições de maio nesta nação da África Oriental.
As crianças foram obrigadas a participar em reuniões partidárias e até a votar "com boletins de voto de eleitores mortos ou exilados", lê-se no relatório, que dá ainda conta de que algumas das práticas alegadamente levadas a cabo pela juventude partidária do partido Imbonerakure, no poder, pela polícia e por agentes do Serviço Nacional de Inteligência podem constituir crimes contra a humanidade.
O relatório alerta ainda que os abusos sexuais são "uma ferramenta usual de recolha de informações" por parte das autoridades, muitas vezes durante a detenção dos opositores do governo.
O Presidente Evariste Ndayishimiye tomou o poder depois da morte de Pierre Nkurunziza, em junho, alegadamente devido a um ataque cardíaco.
Os abusos que aconteceram depois de Nkurunziza ter decidido, em 2015, candidatar-se a um terceiro mandato considerado inconstitucional, resultaram numa onda de violência que fez também com que o Burundi saísse do Tribunal Penal Internacional e expulsasse os membros do gabinete de direitos humanos da ONU.