O Sea-Watch 4 foi proibido de sari por porto de Palermo, na Sicília, após uma inspeção das autoridades, anunciaram as ONG Sea-Watch, United4Rescue e os Médicos Sem Fronteiras.
Os inspetores justificaram a sua decisão pelo facto de a capacidade do navio e o seu sistema sanitário não permitir trazer a bordo tantos migrantes como estava prestes a receber, tendo em conta o número de coletes salva-vidas a bordo.
"Esta fraca justificação demonstra, mais uma vez, que a inspeção não teve como objetivo garantir a segurança da embarcação, mas uma manobra sistemática para impedir operações de socorro no Mediterrâneo Central", disse Philipp Hahn, chefe de missão no Sea-Watch 4.
As ONG de ajuda a migrantes têm entrado em confronto com as autoridades italianas nos últimos tempos.
"Embora as autoridades nos tenham pedido para ajudar nas operações de resgate, agora estão a bloquear outro navio", acrescentou Hahn.
Itália tem sido muito condenada por se recusar a receber barcos particulares carregados de migrantes nos portos italianos.
O ex-ministro do Interior, Matteo Salvini, também está a ser ameaçado de um processo por obrigar ilegalmente os migrantes a permanecer no mar.
Em setembro passado, após um acordo com França, Alemanha e Malta, Itália permitiu oficialmente a chegada de navios de ONG nos seus portos.
Nos últimos cinco anos, mais de 19.000 migrantes morreram tentando a arriscada travessia da África para a Itália.