Nagorno-Karabakh: Azerbaijão declara lei marcial e recolher obrigatório
O Azerbaijão declarou hoje a lei marcial no país, bem como o recolher obrigatório na capital, Baku, e em várias outras cidades importantes, após a escalada de violência entre separatistas de Nagorno-Karabakh apoiados pela Arménia e as forças azeris.
© Lusa
Mundo Azerbeijão
"A lei marcial será introduzida a partir da meia-noite, bem como o recolher obrigatório das 21:00 as 18:00 do dia seguinte", em Baku e noutras cidades importantes do pais, bem como em áreas próximas da linha de frente de Karabakh, afirmou o porta-voz da presidência do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev.
Nagorny-Karabakh é uma região separatista do Azerbaijão, povoada principalmente por arménios e apoiada pela Arménia.
Os combates ocorrem regularmente entre separatistas e azeris, numa tensão permanente entre os executivos da capital da arménia, Erevan, e do Azerbaijão, Baku.
Entretanto, o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, afirmou hoje, após a escalada das tensões no enclave separatista arménio de Nagorno-Karabakh, que Baku "não vai entregar as suas terras a ninguém" e garantiu que irá "restaurar a justiça histórica".
Segundo Aliev, os disparos a partir de Nagorno-Karabakh provocaram a morte de "vários" cidadãos azeris, cujo número, porém, não avançou.
Por seu lado, as autoridades arménias adiantaram que pelo menos 10 militares de Nagorno-Karabakh morreram na sequência dos ataques das tropas azeris e que pelo menos dois dos mortos -- uma mulher e uma criança -- são civis.
Território do Império Russo disputado pela Arménia e Azerbaijão durante a guerra civil após a revolução bolchevique de 1917, Nagorno-Karabakh, habitado maioritariamente por arménios, foi anexada em 1921 por Josef Estaline à República Socialista Soviética do Azerbaijão, tendo obtido, a partir de 1923, um estatuto autónomo.
A União Europeia, o Conselho Europeu, a Rússia, a França e a Alemanha já lamentaram os confrontos e pediram a cessação imediata das hostilidades, bem como o regresso à mesa de negociações.
A Turquia já manifestou "apoio total" ao Azerbaijão na disputa contra a Arménia, disponibilizando quaisquer equipamentos militares que Baku venha a solicitar.
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