Angela Merkel disse esta segunda-feira, à cúpula da União Democrata-Cristã (CDU), que as infeções por novo coronavírus podem chegar às 19.200 por dia se se mantiver a tendência atual no país, mas sublinhou que a economia não deve parar, reporta o jornal Bild.
O diário alemão cita a chanceler alemã, através de uma fonte anónima, com uma mensagem de urgência e precaução, numa reunião com os líderes do seu partido: "Temos de conter o vírus rapidamente e intervir", disse, remetendo para a altura do Natal e das festas familiares.
"Temos de estabelecer prioridades, como por exemplo manter a economia a funcionar e as escolas e creches abertas. O futebol é secundário, por agora", terá acrescentado a líder democrata-cristã.
O Instituto Robert Koch (RKI) e o virologista Christian Drosten, têm alertado diversas vezes para o perigo de contágio durante celebrações familiares.
Só em Biefeld, no estado federado da Renânia do Norte-Vestefália, cerca de 900 alunos e professores de uma escola estão em quarentena, depois de terem sido detetados vários casos em consequência de uma reunião familiar.
"O desenvolvimento dos contágios preocupa-nos muito. Não acontece em todos os lados, mas sim de forma local e regional. Não podemos deixar que, em algumas zonas, o vírus se continue a propagar exponencialmente", destacou hoje o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
As autoridades alemãs contabilizam esta segunda-feira mais 1.192 novos casos de infeção, elevando o número total para 285.332.
No sábado, dia 26 de setembro, o país notificou um novo máximo diário de casos (2.507, o mais alto desde 18 de abril) nesta espécie de segunda vaga, numa altura em que se nota uma tendência de crescimento de contágios por toda a Europa. A subida deve-se, também, ao facto de o país ter agora uma maior capacidade de testagem.