Conacri fecha fronteiras com Bissau e Senegal durante campanha eleitoral

A Guiné-Conacri decretou o encerramento das suas fronteiras com a Guiné-Bissau e o Senegal por razões de segurança e no contexto da campanha eleitoral para as presidenciais de 18 de outubro, disseram fontes da administração.

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Lusa
29/09/2020 15:35 ‧ 29/09/2020 por Lusa

Mundo

Guiné-Conacri

 

O ministro guineense da Segurança, Albert Damantang Camara, não esteve contactável para explicar a decisão, mas um funcionário do Governo disse, sob condição de anonimato, à agência France-Presse, que as fronteiras com os dois países tinham sido fechadas por razões de segurança, sem avançar mais pormenores.

O ministro do Interior da Guiné-Bissau, Botche Candé, disse hoje em Bissau que tinha "recebido informações de funcionários fronteiriços indicando que a fronteira tinha sido unilateralmente fechada pela Guiné-Conacri desde domingo".

Antes do encerramento, os guineenses residentes em Bissau que queriam participar nas eleições presidenciais de 18 de outubro tinham relatado dificuldades no registo no consulado e começado a tentar regressar ao seu país para votar, de acordo com testemunhos, citados pela mesma agência.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, tem relações tensas com o seu homólogo guineense Alpha Condé, que tem estado envolvido nos esforços diplomáticos para tentar resolver as crises políticas recorrentes na Guiné-Bissau.

A ausência de qualquer representante da Guiné-Conacri em 24 de setembro nas cerimónias de independência em Bissau foi notada.

A comunidade Peul, considerada favorável a Cellou Dalein Diallo, o principal adversário de Alpha Condé, candidato a um controverso terceiro mandato, está amplamente representada na diáspora guineense, particularmente nos países vizinhos da Guiné-Conacri.

Um antigo opositor histórico, Condé, 82 anos, o primeiro Presidente da Guiné-Conacri democraticamente eleito em 2010 após décadas de regime autoritário, foi reeleito em 2015.

Num referendo realizado em março, fez aprovar uma nova Constituição que mantém o limite de dois mandatos presidenciais, mas o chefe de Estado e os seus apoiantes argumentam que esta mudança na lei fundamental repõe a contagem de mandatos presidenciais a zero.

Os seus opositores denunciam um "golpe constitucional" e manifestações de contestação a uma nova candidatura de Condé mobilizaram milhares de guineenses em várias ocasiões desde outubro de 2019.

Os protestos foram em várias ocasiões duramente reprimidos e dezenas de civis foram mortos em confrontos com a forças de segurança.

 

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