Mark Esper, que já esteve esta semana na Tunísia e ainda vai viajar para Marrocos, tem marcada uma conversa com o Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, também chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa, em que participará ainda o chefe do Estado-Maior, general Saïd Chanegriha.
Após a sua chegada ao país, o secretário de Defesa dos Estados Unidos depositou uma coroa de flores no Memorial dos Mártires pela independência da Argélia, situado na capital, afirmando que "os Estados Unidos e a Argélia são amigos e parceiros" há muitos anos.
"Espero que a minha visita de hoje ajude a fortalecer esta cooperação e a reforçar os nossos interesses e história comum", referiu o responsável norte-americano.
Para o Pentágono, "a Argélia é um parceiro muito importante na região", tanto em termos de segurança e estabilidade regional como perante a ameaça de fações armadas 'jihadistas', acrescentou.
Embora seja frequente responsáveis militares norte-americanos visitarem a Tunísia e Marrocos, onde a cooperação de defesa com os Estados Unidos está bem estabelecida, Mark Esper é o primeiro secretário de Defesa a visitar a Argélia - um aliado da Rússia e da China - desde que Donald Rumsfeld lá esteve, em fevereiro de 2006.
Argel, que teme os riscos da instabilidade nas suas fronteiras, está a tentar reativar o seu papel na cena diplomática regional e assumir um papel de mediador nas crises do Mali e da Líbia.
Além das questões geopolíticas regionais, os Estados Unidos também querem vender mais armas para a Argélia, 90% das quais provêm atualmente da Rússia.
Washington também tem demonstrado interesse numa cláusula do projeto de revisão da Constituição da Argélia, que abre caminho ao envio do seu exército - o segundo mais poderoso de África - para o estrangeiro, "no quadro das Nações Unidas, da União Africana e da Liga Árabe", afirmou um responsável da Defesa norte-americana, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Na quarta-feira, Mark Esper assinou um acordo de cooperação militar com a Tunísia, com o objetivo de lutar contra o terrorismo e proteger a fronteira com a Líbia.
Os Estados Unidos têm intensificado a cooperação militar com a Tunísia, nos últimos anos, sobretudo nas áreas do treino e equipamento na luta contra o terrorismo, mas também no fortalecimento da segurança na fronteira com a Líbia.
Segundo o secretário de Defesa dos EUA, o objetivo é enfrentar "os extremistas violentos que representam uma ameaça" para a paz na região, mas também fazer frente "aos nossos concorrentes estratégicos, China e Rússia", que acusa de terem um comportamento "predatório, maligno e coercivo".
A Tunísia, considerada desde 2015 por Washington como um importante aliado na região, tem sido um apoio discreto, mas crucial, na situação na Líbia, assolada por um prolongado conflito interno, desde a queda do regime de Muammar Khadafi, em 2011.