Erevan retira embaixador em Telavive devido a venda de armas a Baku
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arménia chamou hoje para consultas o seu embaixador em Israel em protesto contra a venda de armas ao Azerbaijão, durante os combates no enclave separatista de Nagorno-Karabakh.
© Reuters
Mundo Telavive
"O fornecimento de armamento supermoderno por parte de Israel ao Azerbaijão é especialmente inadmissível a meio de uma agressão em grande escala deste país contra a Arménia e Artsakh (Nagorno-Karabakh)", afirmou a porta-voz do ministério, Anna Nagdalián, em conferência de imprensa.
Erevan enfatiza que "em várias ocasiões" expressou o desconforto a esse respeito ao lado israelita por via diplomática.
"Essa posição é inaceitável para nós e tomamos a decisão de retirar o nosso embaixador para consultas".
As autoridades arménias sempre tiveram uma relação tensa com Israel, que sempre se recusou a reconhecer o genocídio arménia cometido pelo Império Otomano em 1915.
O primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, disse hoje que no Karabakh as forças arménias combatem o "terrorismo internacional" representado pelo Azerbaijão e Turquia, que Erevan acusa de participar com unidades, mercenários e armamento nos confrontos.
Os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, Estados Unidos, Donald Trump, e França, Emmanuel Macron, pediram hoje ao Azerbaijão e à Arménia um cessar-fogo "imediato" na região que é palco de combates desde domingo.
Esses três países são copresidentes do Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que garante o cumprimento do cessar-fogo, em vigor desde 1994.
O líder azeri, Ilham Alíev, assegurou, na quarta-feira, que o atual formato de negociações não tinha dado resultados em 30 anos, que as grandes potências não tinham sido capazes de convencer a Arménia a abandonar os territórios ocupados e que os apelos ao diálogo estavam agora "fora da mesa".
As autoridades de Nagorno-Karabakh, que autoproclamaram a sua independência do Azerbaijão em 1991, opuseram-se também a uma trégua.
Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.
A Arménia, país cristão desde o século IV, registou uma história tumultuosa desde a sua independência em 1991.
Na primavera de 2018, uma revolução pacífica levou ao poder o atual primeiro-ministro Nikol Pashinyan, que impôs reformas destinadas a democratizar as instituições e combater a corrupção.
O Azerbaijão, um país com população de maioria muçulmana xiita e junto ao mar Cáspio, permanece desde 1993 sob o controlo de uma única família. Heydar Aliyev, um antigo general do KGB soviético, dirigiu o país com mão de ferro até outubro de 2003, cedendo o poder ao seu filho Ilham algumas semanas antes de morrer.
À semelhança de seu pai, Ilham Aliyev não permitiu o surgimento de qualquer oposição. Em 2017, designou a sua mulher Mehriban para vice-Presidente do país, a primeira mulher a assumir este cargo no país do Cáucaso do sul.
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