Sarkozy ouvido sobre suspeitas de financiamento ilegal de campanha
O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy foi hoje ouvido novamente em Paris pelos juízes responsáveis pela investigação sobre as suspeitas de financiamento líbio da sua campanha presidencial de 2007, disseram fontes judiciais.
© Reuters
Mundo França
Sarkozy não era ouvido neste processo desde junho de 2019, numa investigação onde já se declarou "totalmente inocente", tendo-se recusado a responder às perguntas dos juízes e dizendo-se vítima de uma conspiração.
Em março de 2018, Sarkozy foi indiciado por corrupção passiva, dissimulação de desvio de fundos públicos e financiamento ilegal de campanha, através de fundos oriundos da Líbia.
Os juízes procuram esclarecer os pagamentos feitos em dinheiro para a sua campanha presidencial de 2007 através de um dos seus antigos colaboradores, Thierry Gaubert, que foi indiciado por associação criminosa.
Os investigadores querem saber se a transferência de fundos líbios foi utilizada para o orçamento de campanha da candidatura de Sarkozy, o que constitui uma ilegalidade, depois de um tribunal de recurso de Paris ter validado este processo.
Sarkozy já recorreu, de novo, deste processo, para o Supremo Tribunal de Justiça, em 28 de setembro passado, segundo uma fonte judicial.
A investigação foi iniciada após a divulgação pelo jornal 'online' Mediapart, em 2012, de um documento que supostamente provava que a campanha vitoriosa de Nicolas Sarkozy havia sido financiada pelo regime do ex-Presidente líbio Muhammar Kadafi.
Ao longo de sete anos de trabalho, os magistrados reuniram um somatório de pistas que deram corpo a esta tese, apresentando como provas testemunhos de dignitários líbios, notas dos serviços secretos de Tripolí e denúncias de intermediários.
Em novembro de 2016, o empresário Ziad Takieddine, indiciado neste caso e agora foragido desde a sua condenação em junho, afirmou ter entregue mais de cinco milhões de dólares (cerca de 4,2 milhões de euros), entre o final de 2006 e o início de 2007, a Sarkozy, então ministro do Interior, e ao seu chefe de gabinete, Claude Guéant.
Contudo, até agora, nenhuma evidência física foi encontrada, embora movimentos suspeitos de fundos tenham levado os investigadores do processo a avançar com nove acusações, até este momento.
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