"Devemos reativar o trabalho de recolha das crianças nas ruas", admitiu Francisca Tomás, governadora provincial, após uma sessão do Comité Operativo de Emergência (COE) provincial, reunido na segunda-feira.
A governante diz estar surpreendida com o elevado número de crianças sem nenhuma proteção nas praças públicas e mercados informais da capital de Manica, Chimoio, após o fim do estado de emergência para prevenção da pandemia, em setembro, dando lugar ao estado de calamidade.
"O relaxamento não significa não cumprir com as medidas contra a covid-19. O relaxamento significa que devemos redobrar os esforços e continuarmos a trabalhar" para que a província não entre na fase de transmissão comunitária, defendeu a dirigente.
O uso de máscara é uma das medidas obrigatórias no país e cuja aplicação tem sido reforçada pelas autoridades.
A polícia recolheu das ruas 321 crianças durante o estado de emergência em Manica, disse à Lusa o porta-voz da corporação, Mateus Mindu.
Os menores foram transportados para as esquadras quando vendiam frutas, amendoins, bolinhos e sacolas plásticas nos mercados informais e ruas da cidade sem cumprirem as medidas de prevenção da covid-19.
Geralmente, são enviados para as ruas por adultos para vender produtos alimentares e assim contribuir para o rendimento familiar.
Depois de recolhidas para as esquadras, aguardaram pelos encarregados de educação que, por sua vez, são sensibilizados pela polícia acerca da covid-19.
Nos casos em que ninguém comparece, as crianças são encaminhadas para um centro infantil de acolhimento.
Manica é a província moçambicana com o menor número de infeções pelo novo coronavírus com registo de duas mortes e 10 casos ativos do total acumulado de 109 infeções desde o início da pandemia.
Moçambique conta com um total acumulado de 9.398 casos, 67 mortos e 6.358 casos recuperados.