Moçambique. Manica quer crianças com máscara ou pode recolhê-las das ruas

As autoridades da província de Manica, no centro de Moçambique, lançaram hoje um apelo para que as crianças que vendem nas ruas usem máscaras para prevenção da covid-19, caso contrário pondera recolhê-las pela polícia.

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Lusa
07/10/2020 08:31 ‧ 07/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Devemos reativar o trabalho de recolha das crianças nas ruas", admitiu Francisca Tomás, governadora provincial, após uma sessão do Comité Operativo de Emergência (COE) provincial, reunido na segunda-feira.

A governante diz estar surpreendida com o elevado número de crianças sem nenhuma proteção nas praças públicas e mercados informais da capital de Manica, Chimoio, após o fim do estado de emergência para prevenção da pandemia, em setembro, dando lugar ao estado de calamidade.

"O relaxamento não significa não cumprir com as medidas contra a covid-19. O relaxamento significa que devemos redobrar os esforços e continuarmos a trabalhar" para que a província não entre na fase de transmissão comunitária, defendeu a dirigente.

O uso de máscara é uma das medidas obrigatórias no país e cuja aplicação tem sido reforçada pelas autoridades.

A polícia recolheu das ruas 321 crianças durante o estado de emergência em Manica, disse à Lusa o porta-voz da corporação, Mateus Mindu.

Os menores foram transportados para as esquadras quando vendiam frutas, amendoins, bolinhos e sacolas plásticas nos mercados informais e ruas da cidade sem cumprirem as medidas de prevenção da covid-19.

Geralmente, são enviados para as ruas por adultos para vender produtos alimentares e assim contribuir para o rendimento familiar. 

Depois de recolhidas para as esquadras, aguardaram pelos encarregados de educação que, por sua vez, são sensibilizados pela polícia acerca da covid-19.

Nos casos em que ninguém comparece, as crianças são encaminhadas para um centro infantil de acolhimento.

Manica é a província moçambicana com o menor número de infeções pelo novo coronavírus com registo de duas mortes e 10 casos ativos do total acumulado de 109 infeções desde o início da pandemia.

Moçambique conta com um total acumulado de 9.398 casos, 67 mortos e 6.358 casos recuperados.

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