O decreto foi aprovado apesar de a taxa de infeção de 46,5 casos por cada 100.000 habitantes no país ser, neste momento, uma das mais baixas da Europa, com o primeiro-ministro Giuseppe Conte a advertir que o aumento constante de casos ao longo das últimas nove semanas exige novas medidas preventivas para evitar confinamentos que seriam devastadores para a economia.
"Temos de ser mais rigorosos, pois queremos evitar, a todo o custo, medidas restritivas para as atividades produtivas e sociais", disse o governante no mesmo dia em que Itália registou 3.678 novas infeções e 31 mortos devido ao novo coronavírus, o maior aumento de novos casos desde o pico da epidemia no país, em abril.
O decreto compreende um conjunto de medidas em que o Governo estende o estado de emergência até 31 de janeiro e determina que todos os residentes devem ser portadores de uma máscara na rua e usá-la sempre que não possam garantir que conseguem manter o distanciamento de qualquer pessoa que não seja do seu agregado familiar.
Na prática, a lei torna o uso da máscara obrigatório em praticamente todos os ambientes urbanos e, adicionalmente, passa a ser obrigatória, também, em todos os espaços fechados, exceto em habitações particulares.
Ainda assim, o primeiro-ministro apelou aos italianos para manterem as distâncias mesmo para os parentes próximos, uma vez que a maioria dos novos casos de infeção estão a acontecer no seio das famílias.
"O Estado não pode obrigar os cidadãos a usar máscaras nas suas próprias casas, mas temos uma recomendação muito forte para todos: mesmo em família temos de ser cuidadosos", disse Giuseppe Conte.
As únicas exceções aplicam-se à prática de atividade desportiva ao ar livre, a crianças com menos de seis anos e a pessoas com uma condição de saúde que não recomende o usa da máscara.
As multas podem variar entre 400 e 1.000 euros, de acordo com a agência italiana ANSA, citada pela Associated Press.
A Itália junta-se, assim, a Espanha, Turquia, Macedónia do Norte, Índia e vários países asiáticos na obrigatoriedade de uso de máscara ao ar livre, assim como a cidades como Paris, Bruxelas e Pristina, além do Estado australiano de Victoria.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.