Recolher obrigatório vai ser levantado no sábado em Lagos, na Nigéria

O presidente da câmara de Lagos, a cidade mais populosa da Nigéria, anunciou hoje que vai levantar o recolher obrigatório no sábado, permitindo que as pessoas saiam de casa, após vários dias de confrontos violentos.

Notícia

© Getty Images

Lusa
23/10/2020 19:34 ‧ 23/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Bom dia Lagos, hoje é um bom dia para começar a reconstruir Lagos e pôr fim à violência policial", escreveu Babajide Sanwo-Olu no Twitter, antes de anunciar na televisão que "as pessoas poderão deixar as suas casas entre as 8 da manhã e as 18 horas da noite, começando no sábado".

As declarações do autarca Babajide Sanwo-Olu surgem depois de confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, que levou à imposição do recolher obrigatório. Os protestos foram, reprimidos com violência na terça-feira à noite, quando 12 jovens morreram na sequência de disparos da polícia.

Hoje, já depois do discurso de quinta-feira à noite do Presidente, no qual Muhammadu Buhari admitiu que "muitas vidas foram perdidas", mas não falou da morte dos 12 jovens, as ruas de Lagos estavam cheias de elementos da polícia e forças de segurança, que inspecionavam carros e pessoas, muitas delas a caminho de casa ou em busca de comida, segundo a reportagem da agência de notícias francesa, a AFP.

De acordo com a Amnistia Internacional (AI), pelo menos 56 pessoas morreram desde o início dos protestos contra a violência policial no país, em 08 de outubro, 38 das quais na passada terça-feira em Lagos.

"O número mantém-se em 56", indicou na quinta-feira à agência Efe Isa Sunasi, responsável pela comunicação na AI na Nigéria, que exortou as forças de segurança a "agirem com contenção e precaução" e a respeitarem "o direito à liberdade de reunião e de movimento" dos nigerianos.

O número total de mortos inclui manifestantes - pelo menos 12 foram mortos no distrito de Alausa e na portagem de Lekki em Lagos na terça-feira, onde soldados abriram fogo sobre os manifestantes -, membros das forças de segurança e bandidos alegadamente contratados pelas autoridades, disse a Amnistia Internacional.

A violenta repressão de terça-feira ocorreu duas semanas após o início dos protestos sob o lema "#EndSARS", sigla da entretanto dissolvida Brigada Especial Anti-Roubo da Polícia Nigeriana, acusada de detenções arbitrárias, torturas e execuções extrajudiciais.

"As pessoas querem sentir-se protegidas. Os nigerianos querem desesperadamente o fim da brutalidade policial", disse a responsável da IA em declarações à agência Efe, quando interrogada sobre o sentimento geral nas ruas.

 

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas