Segunda ronda negocial entre Líbano e Israel "produtiva"
O Líbano e Israel, dois vizinhos ainda oficialmente em guerra, terminaram a segunda ronda negocial, sob a égide da ONU e dos Estados Unidos, com Washington a considerar hoje "produtivas" as discussões para delimitar a fronteira marítima comum.
© JALAA MAREY/AFP via Getty Images
Mundo Fronteira
Num comunicado conjunto, os Estados Unidos e o enviado especial da ONU para o Líbano indicaram ter a esperança de que as negociações possam chegar a uma resolução "há muito aguardada", uma vez que as duas partes decidiram prosseguir o diálogo em novembro, em princípio, dia 11, tal como indicou fonte oficial libanesa.
Além da delimitação da fronteira marítima, está também em causa o levantamento dos obstáculos à prospeção de hidrocarbonetos.
A reunião entre os dois países demorou cerca de quatro horas e decorreu numa base da FINUL, a força das Nações Unidas destacada para vigiar a fronteira marítima entre Israel e o Líbano, na cidade de Naqoura, indicaram, por sua vez, a Agência Nacional de Imprensa libanesa e o Ministério da Energia israelita.
As negociações - a primeira ronda decorreu a 14 deste mês - têm sido conduzidas desde o seu início em total sigilo, com muito pouca informação emergente sobre os progressos realizados.
Após vários anos de esforços norte-americanos nos bastidores, o Líbano e Israel anunciaram a 01 deste mês o lançamento das negociações, descritas por Washington como "históricas".
O anúncio foi feito poucas semanas após a normalização das relações entre Israel e dois países do Golfo - Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
No entanto, o Líbano insiste no caráter técnico e não político das discussões.
O contencioso marítimo entre os dois vizinhos diz respeito a uma área de 860 quilómetros quadrados.
A questão dos hidrocarbonetos é particularmente estratégica para um Líbano economicamente frágil e que depende da prospeção petrolífera para conter um colapso total.
Em 2018, o Líbano assinou um primeiro contrato de exploração petrolífera em dois blocos (04 e 09) com um consórcio liderado pelo grupo francês Total e que inclui também a ENI (italiana) e a Novotek (russa).
Além disso, a FINUL está a liderar a mediação para discussões separadas sobre a disputa de fronteira terrestre.
Terça-feira, o general Stefano Del Col, comandante da FINUL, destacou tratar-se de uma "oportunidade única para se progredir significativamente nos contenciosos" relacionadas com a fronteira terrestre.
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