Segunda vaga da pandemia na China é improvável, diz especialista
O principal especialista em doenças infecciosas na China considera improvável uma segunda vaga de infeções pelo novo coronavírus no país, numa altura em que os casos disparam em vários países europeus.
© Lusa
Mundo China
Zhong Nanshan disse numa conferência que, embora a China continue a lutar contra surtos esporádicos, os controlos existentes significam que é "improvável" que haja um ressurgimento generalizado da transmissão, "na casa das dezenas de milhares".
"Temos uma experiência inestimável acumulada. O Governo central adotou uma estratégia de bloquear a propagação no epicentro, enquanto pratica métodos de prevenção em massa em outros lugares", disse Zhong.
"Esta é a chave para a nossa vitória decisiva", explicou.
A China tomou medidas duras para controlar um surto em Kashgar, ao isolar a cidade, que fica em Xinjiang, no extremo noroeste do país, e testar cerca de 4,75 milhões de pessoas em cerca de três dias.
Xinjiang registou, até à data, um total de 54 casos confirmados. A primeira infeção deste surto, o mais recente no país, foi relatada em 24 de outubro, mas a origem dos casos permanece desconhecida.
Na província de Shandong, no nordeste do país, as autoridades estão a tentar rastrear um lote de carne de porco congelada importada do Brasil, após a descoberta, na quinta-feira passada, de vestígios do coronavírus numa embalagem.
O rastreamento tornou-se outra estratégia importante para o controlo da doença na China. No domingo, mais de 8.000 amostras de produtos e embalagens, além de funcionários que podem ter manuseado a mercadoria importada do Brasil, foram testados pelas autoridades na cidade de Yantai.
Os resultados foram todos negativos, segundo as autoridades.
Os clientes de uma churrascaria e os compradores no mercado de carnes nas proximidades de Weihai, para onde parte da carne de porco seguiu, foram solicitados a realizarem o teste de ácido nucleico no sábado.
Embora cientistas estrangeiros tenham expressado dúvidas de que alimentos congelados possam causar infeções, pesquisadores do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências Médicas publicaram descobertas no mês passado que ligam salmão importado a um surto em Pequim, em junho passado, que envolveu 335 casos.
Zhong disse que a China vai continuar a viver com estes surtos "esporádicos" e que não deve relaxar as medidas de prevenção da epidemia.
"O ambiente atual na China é seguro agora, mas isso foi conquistado com dificuldade", disse.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.544 pessoas dos 144.341 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Na Europa, incluindo em Portugal, vários países estão a introduzir medidas de confinamento e distanciamento social mais rígidos, à medida que as infeções aumentam.
Os Estados Unidos aproximaram-se também de um recorde de 100.000 novas infeções diárias.
A China não está sozinha no Pacífico, no sucesso na contenção do vírus. Também a Coreia do Sul, Nova Zelândia ou Taiwan registaram estratégias bem-sucedidas.
Taiwan cruzou, na semana passada, um marco de 200 dias sem novos casos de covid-19, excluindo importados.
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