Mais de 3.000 marfinenses fogem para a Libéria após violência eleitoral

Mais de 3.000 marfinenses que fugiram da violência relacionada com as presidenciais de 31 de outubro na Costa do Marfim procuraram refúgio na vizinha Libéria, anunciou hoje fonte do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

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Lusa
09/11/2020 16:59 ‧ 09/11/2020 por Lusa

Mundo

Costa do Marfim

 

"Temos 3.600 pessoas que atravessaram a fronteira entre a Costa do Marfim e a Libéria", disse a representante do ACNUR em Monróvia, Roseline Okoro, citada pela agência France-Presse.

Cerca de 40 pessoas foram mortas desde agosto na Costa do Marfim, em atos de violência relacionados com as eleições presidenciais.

A oposição, rejeitando a perspetiva de um terceiro mandato para o atual presidente, Alassane Ouattara, boicotou o escrutínio e lançou uma campanha de desobediência civil. Após a eleição e o anúncio da vitória de Ouattara, na primeira volta, anunciou a formação de um conselho nacional de transição.

O Conselho Constitucional da Costa do Marfim validou hoje a reeleição de Alassane Ouattara, com 94,27% dos votos.

O ACNUR já se tinha manifestado alarmado na semana passada com a fuga de milhares de marfinenses para a Libéria, Gana e Togo.

Segundo o ACNUR, cerca de 1.600 marfinenses chegaram à Libéria no dia a seguir às eleições. Esta agência das Nações Unidas está a distribuir alimentos, mas encontrar abrigo para os recém-chegados está "a tornar-se um problema".

A Libéria, um dos países mais pobres do mundo, foi duramente atingida pelas guerras civis que mataram cerca de 250.000 pessoas entre 1989 e 2003 e pela epidemia de febre hemorrágica do Ébola, que atingiu a África Ocidental de 2014 a 2016 e matou 4.800 pessoas no país.

Este país, que está a debater-se com sérios problemas económicos, "não está economicamente preparado para receber um afluxo de refugiados", disse Sester Logan, diretor da agência governamental para os refugiados.

A permeabilidade das fronteiras dificulta a contagem do número de refugiados que fugiram da violência eleitoral na Costa do Marfim, acrescentou.

Segundo o Conselho Constitucional da Costa do Marfim, Alassane Ouattara foi reeleito para um terceiro mandato com 94,27%, ou seja, 3.031.483 votos de um total de 3.215.909 votos.

Segundo as votações validadas pelo Conselho Constitucional, o candidato independente Kouadio Konan Bertin ficou em segundo lugar com 1,99% dos votos (64.011 votos).

O antigo presidente Henri Konan Bédié terminou em terceiro com 1,66% (53.330 votos) e o antigo primeiro-ministro Pascal Affi N'Guessan em quarto com 0,99% (31.986 votos).

Eleito em 2010 e reeleito em 2015, Ouattara tinha anunciado em março que iria desistir de uma nova candidatura, antes de mudar de ideias em agosto, após a morte do candidato presidencial do seu partido e então primeiro-ministro, Amadou Gon Coulibaly.

A Constituição da Costa do Marfim prevê um máximo de dois mandatos presidenciais, mas o Conselho Constitucional considerou que, com a reforma adotada em 2016, a contagem de mandatos de Ouattara tinha sido recolocada a zero, dando cobertura a uma nova candidatura.

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