"O Azerbaijão obteve ganhos significativos no campo e na mesa de negociações. Felicito calorosamente [os azeris] pelo sucesso obtido", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Cavusoglu, numa mensagem divulgada no Twitter.

"Com os nossos irmãos do Azerbaijão, continuaremos a ser uma nação e um só coração", acrescentou, reiterando o apoio da Turquia a Baku.

O Azerbaijão e a Arménia assinaram, sob a égide da Rússia, um acordo para "um cessar-fogo total" em Nagorno-Karabakh, que consagra a vitória militar do Azerbaijão após seis semanas de combates mortais.

O acordo, que entrou em vigor às 21:00 GMT (mesma hora em Lisboa) de segunda-feira, foi assinado pelo Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e pelo primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, bem como pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Putin especificou que as partes permanecerão nas posições atualmente ocupadas, enquanto um contingente de manutenção da paz russo será colocado na linha de contacto em Nagorno-Karabakh e ao longo do corredor que liga o enclave separatista à Arménia.

A Turquia, que apoiou Baku no conflito, deverá ajudar a Rússia a manter o fim das hostilidades.

A Turquia expressou repetidamente o seu total apoio ao Azerbaijão e, embora não tenha confirmado oficialmente ter enviado armas, Aliyev referiu várias vezes que o avanço na frente de Karabakh só foi possível graças ao uso de drones armados de fabricação turca.

O primeiro-ministro arménio disse, no Facebook, que a assinatura do acordo foi "incrivelmente dolorosa", mas que a decisão se mostrou necessária "depois de uma análise aprofundada da situação militar", aludindo aos avanços do Azerbaijão.

O Presidente azeri proclamou na televisão "a rendição" do seu inimigo, apesar de não ter reconquistado toda a zona de Nagorno-Karabakh.

O acordo aconteceu depois de as forças do Azerbaijão terem tomado o controlo da cidade-chave de Shushi, que tem um valor militar significativo por se situar numa região montanhosa, a cerca de 10 quilómetros da capital da região, Stepanakert, e na estrada principal que liga Nagorno-Karabakh à Arménia.

A região de Nagorno-Karabakh situa-se dentro dos limites do território do Azerbaijão, mas está sob controlo de forças locais etnicamente arménias, apoiadas pela Arménia, desde 1994.

A última série de combates começou no dia 27 de setembro e deixou centenas de pessoas mortas.

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